O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Lula (PT) tinham reunião agendada para a tarde desta segunda-feira (4) para definir as medidas que farão parte do pacote de corte de gastos do governo. As ações são esperadas no momento por conta da pressão inflacionária e alta do dólar.
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A viagem de Haddad para a Europa, na qual teria encontros com autoridades e investidores, foi adiada a pedido do presidente para que em conjunto com a equipe econômica fossem avaliadas as ações a serem tomadas na atual situação.
— Minha ida [para a Europa] estava dependendo desta definição. Se esta semana, ou semana que vem, seriam feitos os anúncios. Como o presidente pediu para eu ficar, e como as coisas estão muito bem adiantadas do ponto de vista técnico, eu acredito que estejamos prontos nesta semana para anunciar […] Penso que nós estamos na reta final — afirmou Haddad.
De acordo com informações do g1, a equipe econômica deve propor um limite para as despesas obrigatórias para que sejam preservadas as regras do arcabouço fiscal. Ainda não foram divulgadas quais políticas devem ser afetadas pelos cortes.
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Cortes de gastos
O corte de gastos públicos tem sido pauta nas últimas semanas da equipe econômica do governo, após cobranças de investidores e de setores da política. Ainda não foram divulgadas quais políticas devem ser afetadas pelos cortes e nem detalhes das medidas, o que tem impactado o mercado financeiro.
A alta do dólar, queda da Bolsa de Valores e alta dos juros futuros foram alguns dos efeitos do mercado que aguarda essa definição.
Haddad já afirmou que o governo deve apresentar propostas para manter o arcabouço fiscal operante. Há expectativa de que o pacote do corte de gastos seja apresentado nas próximas semanas.
— A dinâmica das despesas obrigatórias tem que caber dentro do arcabouço. A ideia é fazer com que as partes não comprometam o todo que o arcabouço tem, a sustentabilidade de médio e longo prazo — disse Haddad, na semana passada.
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As notícias que mudanças no seguro desemprego e na multa de 40% de demissão sem justa causa estariam sendo consideradas dentro do pacote foram negadas pelo Ministério do Trabalho.
O ministro Luiz Marinho chegou a ameaçar deixar o cargo se essas mudanças fossem encaminhadas sem discussão prévia com ele.
O pacote de corte de gastos é visto por economistas como essencial para conter a dívida e evitar alta dos juros, que penalizam investimentos produtivos e o consumo da população.
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