O crescimento na venda de smartphones chamou a atenção dos hackers. Na primeira metade do ano, 13 milhões de celulares deste tipo foram invadidos no mundo inteiro, de acordo com pesquisa realizada pela empresa norte-americana NetQin. Da mesma forma que invadem um computador, os hackers acessam os dados pessoais registrados no smartphone, com a vantagem de estar em um ambiente mais inseguro.

Continua depois da publicidade

As pessoas não costumam instalar o antivírus no smartphone e muitas nem sabem que a atividade é possível. A brecha era o que os hackers precisavam para explorar um novo nicho de mercado, que pode ser aplicado no mundo inteiro, inclusive no Brasil.

Marcos Ferreira, especialista em segurança da informação da TrustSign, explica que há duas formas mais comuns de se acessar o sistema operacional do smartphone. A primeira é a partir da instalação de aplicativos, momento em que um vírus é transferido para o celular e o hacker começa a visualizar todas as informações contidas no aparelho.

A segunda é exclusiva para iPhones, quando o usuário desbloqueia o aparelho para conseguir baixar aplicativos que não estejam disponíveis na AppleStore, loja oficial da empresa.

Continua depois da publicidade

– Com a entrada no sistema operacional do celular, o “invasor” instala programas do tipo malware, que capturam as informações do dono – explica.

Se o usuário foi vítima da invasão, é provável que logo descubra. Algum amigo pode reclamar que anda recebendo e-mails indesejados, parecidos com spams, e até o extrato do banco pode denunciar compras realizadas com seu cartão de crédito, caso o hacker tenha acessado informações bancárias a partir de aplicativos oferecidos pelas empresas do setor. Difícil é descobrir quem é e de onde vem o hacker que invadiu o smartphone.

Júlio Santiago, advogado especializado em direito digital, adverte que eles podem estar em qualquer lugar do mundo, o que dificulta o rastreamento. Ainda assim, o dono do aparelho deve ir à delegacia assim que tiver provas de que o celular foi hackeado.

Continua depois da publicidade

– É fundamental comunicar a Polícia Civil para que seja feito um trabalho de investigação, além de um registro estatístico da ocorrência – diz.

Ele lembra que Santa Catarina possui profissionais especializados em crimes virtuais e que são os policiais que irão investigar o caso, instaurar um processo criminal, nas situações em que seja comprovado algum tipo de dano para a vítima, e encaminhá-lo para o Judiciário. Caso o dono do smartphone identifique o aplicativo pelo qual o hacker conseguiu se infiltrar no sistema, ele deve comunicar a empresa que o gerencia e pode, inclusive, responsabilizá-la pelo ocorrido.

– Quando a empresa cria um aplicativo para smartphone, ela assume os riscos de operar na internet, a não ser que se prove que o consumidor foi imprudente, o que dificilmente acontece – esclarece Santiago.

Continua depois da publicidade