Os hackers que atacaram a base de dados da Sony Pictures mencionaram nesta terça-feira os atentados de 11 de setembro de 2001 em sua última ameaça ao grupo para evitar a estreia, no Natal, de uma comédia sobre o assassinato do líder norte-coreano Kim Jong-un.

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A advertência ocorre horas após vários ex-funcionários da Sony denunciarem o grupo por não proteger informação confidencial de seus trabalhadores.

O autodenominado grupo GOP ou Guardians of Peace (Guardiões da Paz) que reivindica o ciberataque perpetrado no dia 24 de novembro, emitiu um comunicado sobre o início de uma nova onda de vazamentos, que inclui e-mails do presidente da Sony Pictures, Michael Lynton, como um “presente de Natal”.

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“Mostraremos claramente que os locais de exibição de A Entrevista no dia da estreia terão um destino amargo… O mundo verá em breve que filme ruim fez a Sony Pictures. O mundo estará repleto de medo. Lembrem-se do 11 de setembro de 2001. Recomendamos que fiquem longe dos cinemas”, afirma a nota.

A porta-voz do departamento de Estado Jen Psaki assinalou que as autoridades desconhecem a procedência das advertências, e lembrou que o filme “não é um documentário sobre a relação” entre Washington e Pyongyang.

– Não sabemos qual é a fonte (destas ameaças), mas é importante destacar que não há informação crível para apoiá-las – disse Psaki à rede de televisão CNN.

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Por precaução, os protagonistas de A Entrevista, James Franco e Seth Rogen, cancelaram suas aparições públicas, revelaram seus agentes ao canal ABC. A première que aconteceria em Nova York nesta quinta-feira foi cancelada.

Segundo o The Hollywood Reporter, o Departamento de Segurança Interna dos EUA comunicou na terça que que não encontrou nenhuma evidência de um complô ativo contra cinemas norte-americanos, embora a ameaça tenha levantado preocupações entre as exibidoras e outros estúdios .

De acordo com Deadline, a rede de cinemas Carmike, responsável por 2.917 salas em 41 Estados dos EUA, cancelou as exibições de A Entrevista. Uma fonte contou ao site que a Sony planeja lançar o filme como o planejado, mas irá aceitar se os cinemas desistirem por causa das ameaças. Ainda, a ArcLight Cinemas, rede de cinemas californiana, também não exibirá o longa.

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Primeira denúncia contra Sony

Na segunda-feira, ex-funcionários da Sony Pictures denunciaram os estúdios cinematográficos por não protegerem informações confidenciais do seu pessoal.

A denúncia, apresentada a um tribunal de Los Angeles, alega que a “Sony fracassou na hora de garantir e proteger seus sistemas informáticos, assim como sua base de dados, o que a levou à difusão de informação confidencial dos demandantes e outros companheiros”.

“Um pesadelo épico que mais corresponde a um thriller do que à vida real, e que se desenrola em câmera lenta para os funcionários atuais e antigos da Sony”, aponta a denúncia, de 45 páginas.

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“Informações confidenciais, como os cerca de 47 mil números de identificação de segurança social, expedientes de empregados incluindo salário e histórico médico e qualquer outro dado da Sony se tornaram públicos e poderão estar nas mãos de criminosos. Devido ao fracasso da Sony em proteger dados confidenciais de seus funcionários atuais e antigos, este conteúdo está agora na internet, o que pode significar uma situação perigosa para essas pessoas”, descreve o documento.

* com informações da AFP