A juíza de instrução espanhola Carmen Lamela ordenou nesta segunda-feira (10) a detenção de um hacker russo procurado pelos Estados Unidos, acusado de atividades de ciberpirataria em grande escala – informaram fontes judiciais e da Polícia.
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O programador russo Piotr Levachov foi detido na sexta-feira (7) em Barcelona, disse à AFP uma fonte judicial.
Em um comunicado divulgado nesta segunda, a Polícia espanhola relatou que a detenção do hacker aconteceu graças à colaboração com a Polícia Federal americana, o FBI.
“Sua detenção acontece graças à árdua investigação realizada em colaboração com o FBI americano”, disseram as autoridades.
“O detido, de 36 anos, criou durante vários anos uma infraestrutura cibernética em forma de botnet, ou rede de computadores. Assim, controlava suas vítimas de forma remota, sem conhecimento de seus proprietários”, indicou a Polícia.
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Ainda segundo a Polícia, o detento controlava uma rede de “centenas de milhares de computadores distribuídos internacionalmente, por meio do qual não apenas subtraía todo tipo de credencial de caráter pessoal dos computadores, mas que também as usava para distribuir spam e para infectar com software malicioso”.
Ao contrário do que sua mulher havia informado no domingo ao jornal “Russia Today”, o caso não está relacionado com as acusações de pirataria durante a campanha eleitoral nos Estados Unidos.
Questionada pelo veículo estatal “RT Maria Levachova”, ela disse no domingo que seu marido havia sido detido “a pedido das autoridades americanas”.
Segundo ela, a polícia lhe teria dito que um vírus parecido com aquele criado por seu marido “estaria relacionado com a vitória de (Donald) Trump” na eleição presidencial americana de novembro passado.
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Essas afirmações foram negadas por Washington. Este caso “não está relacionado, de modo algum, com as acusações de ingerência russa nas eleições americanas”, declarou à AFP uma fonte próxima às investigações.
Os Estados Unidos emitiram uma ordem de prisão internacional contra Piotr Levachov por “cibercrime”, segundo uma fonte judicial espanhola.
Agora, a Audiência Nacional – jurisdição que trata dos casos internacionais – deverá se pronunciar sobre uma eventual entrega aos Estados Unidos, o que é rejeitado pelo acusado.
O governo americano tem 40 dias para apresentar elementos para promover sua demanda.
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