Um adolescente de 16 anos, morador de Blumenau, é suspeito de integrar uma quadrilha nacional que comercializava mais de 20 milhões de logins e senhas dos sistemas da Justiça, polícias, Exército e Ministério Público. A informação foi revelada pelo programa Fantástico, da Rede Globo, no domingo (24).
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A reportagem mostrou que a investigação começou por conta de uma entrega de lanche em São Paulo, que não foi paga por quem pediu. Logo, a Polícia Civil percebeu que a invasão hacker não era só em aplicativo de comida, mas também do sistema privado das polícias de vários Estados.
O chefe do grupo era um garoto de 14 anos, aponta o delegado Antônio Honório do Nascimento, de Bady Bassitt, em São Paulo. Dos cinco investigados, apenas três são maiores de idade. Um dos adolescentes envolvidos vive em Blumenau, disse ainda a reportagem.
Outro rapaz, morador de Bady Bassitt, teria acessado o sistema da Polícia Civil de São Paulo e de casa conseguiu alimentá-lo com um boletim de ocorrência contendo informações falsas.
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Para chegar até o adolescente de 14 anos apontado com o líder da quadrilha, a polícia notou o que o grupo tinha em comum: todos se conheceram em comunidades de jogos no Discord, um aplicativo de mensagens popular entre os jovens.
Como tudo ficava armazenado em servidores privados, numa nuvem, eram criadas conexões fantasmas para dificultar o rastreamento. A polícia, no entanto, conseguiu rastrear integrantes da quadrilha em Jaciara (MT), Blumenau (SC) e Curitiba (PR), onde mora o líder do esquema.
Ele teria sido o responsável pela criação do programa de computador que permite acesso a qualquer site privado ou público. Com ele foram encontrados 20 milhões de logins e senhas. Ao menos 1.500 eram da Polícia Militar de São Paulo, 500 da Polícia Federal, 150 do Exército, 89 do Ministério Público de São Paulo e mais de 3.600 do Tribunal de Justiça de São Paulo.
Não foi detalhado qual o papel do blumenauense no grupo e se algo foi feito em relação a ele. A Polícia Civil de Blumenau contou que prestou apoio à instituição de São Paulo neste mês ao cumprir mandado de busca e apreensão na casa de um suspeito maior de idade.
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O que dizem as instituições envolvidas
Em nota, o TRF-3 disse que adotou uma série de medidas impedindo ações criminosas como essa. Ao Fantástico, Ministério Público, Tribunal de Justiça e Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o Exército, e a Polícia Federal disseram em nota que seus sistemas estão preservados, não foram invadidos e que seus processos são revisados e que investem constantemente na segurança.