Priorizar uma alimentação saudável e fazer exercícios físicos regularmente representam inúmeras vantagens para o corpo e reduzem o aparecimento de diversas doenças. Mas estudos recentes apontam que manter um estilo de vida saudável também é importante para a saúde cerebral. Esse foi um dos temas abordados durante a 33ª edição do Congresso Brasileiro de Psiquiatria (CBP), que ocorreu na semana passada em Florianópolis.

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A presidente da Sociedade de Pesquisa Internacional em Psiquiatria Nutricional, Felice Jacka, afirma que o tema da psiquiatria nutricional ganhou foco a partir de 2009 e que pesquisas em diversos países conseguiram comprovar a relação entre alimentação saudável e prevenção de transtornos mentais como depressão:

Heróis e vilões da alimentação

“A depressão é também um distúrbio de corpo inteiro”

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— Nos últimos três anos, muitos cientistas publicaram estudos sobre isso e o resultado é o mesmo: a dieta saudável previne, ao mesmo tempo que a não saudável é um fator de risco para os distúrbios mentais.

Importância da atividade aeróbica com frequência

Ela defende que consumir alimentos pobres em nutrientes pode levar à deficiência de antioxidantes e fibras, o que representa um impacto negativo sobre o nosso sistema imunológico e flora intestinal, que estão diretamente relacionados à depressão.

— Uma dieta rica em gorduras saturadas e açúcares refinados tem um impacto negativo nas proteínas chamadas neurotrofinas, que são importantes contra a depressão, pois protegem o cérebro contra o estresse oxidativo e promovem o crescimento de novas células cerebrais — explica a especialista.

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Além disso, a atividade física auxilia na prevenção e no tratamento contra a depressão e outros transtornos. Mas o coordenador do Centro de Estudos de Alzheimer da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Jerson Laks, que estuda os reflexos do assunto em idosos, ressalta que é importante fazer atividade física, principalmente aeróbica, pelo menos três vezes por semana ou um total de 150 minutos.

— Existem muitos hormônios que são de neurogênese, de criação de novas ligações e da manutenção da atividade neuronal, que melhoram quando você faz exercício físico. Então se você nunca fez exercícios, nunca é tarde para começar a fazer — reforça.

Conforme Laks, a atividade física regular diminui o risco de Alzheimer em idosos em 45% e outras demências em 25%. Além disso, aliada a antidepressivos, aumenta em 25% a resposta ao tratamento contra depressão.

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