Novos talentos começaram a despontar na quarta edição do The Voice Brasil que deu a largada na quinta-feira. Versão brasileira da franquia norte-americana, o reality show musical mobiliza milhões de telespectadores e músicos na busca por novos talentos que arrebatem uma multidão de fãs.

Continua depois da publicidade

Após três edições do programa, o que aconteceu com vencedores e participantes que empolgaram o país? O The Voice mudou a vida deles, ou foi a isca, apenas o começo para a busca do tão sonhado sucesso?

Das igrejas para o mundo Sam pisa firme e com segurança

Vencedor do The Voice em 2013, o cearense Sam Alves é um caso pra lá de especial. Quando foi selecionado para o programa, cantava em igrejas. Na época, tudo o que viesse era lucro.

– Era muita novidade de uma vez só – relembra Sam, 26 anos.

Continua depois da publicidade

Após o título no reality show, seu CD de estreia foi lançado em 2014 e vendeu mais de 20 mil cópias, além de ter estreado no topo da lista de vendas do iTunes. Sam tocou em grandes eventos como o Réveillon da Avenida Paulista e participou da edição catarinense do Planeta Atlântida, em 2014.

Reconhecimento

Em março deste ano, colheu um dos principais louros: concorreu ao 7º Shorty Awards, nos Estados Unidos, na categoria melhor cantor (a), com nada menos do que Beyoncé, Taylor Swift – que venceu o prêmio – e Demi Lovato. O prêmio reconhece os destaques do mundo musical nas redes sociais.

Sam Alves divulga capa de novo CD

Em abril, lançou o segundo disco, ID, com músicas inéditas e a faixa Esse Mistério entre as mais 20 mais tocadas no país, na categoria pop, segundo levantamento da Crowley, empresa especializada em monitoramento das canções.

– A carreira está indo muito bem para quem tocava em igreja antes do The Voice (risos). A primeira canção, Nosso Vídeo, entrou na lista da Billboard das mais executadas. E ficou entre as dez mais tocadas em rádios de São Paulo – relata o cearense, que, hoje, mora no Rio de Janeiro.

Continua depois da publicidade

Mesmo tendo engrenado após vencer o reality, Sam dá o toque para os participantes.

– O programa, em si, não faz a pessoa vencer, depende da gravadora, da equipe, do cantor, do estilo que vai seguir. A maior ferramenta que o The Voice te dá é a visibilidade, o marketing. Já fui abordado por fãs da Angola na rua, que viram o programa na Globo Internacional – afirma o cantor, que gravará o primeiro DVD da carreira até 2016.

Mineirinhos nem tão pelas beiradas

Crédito: Divulgação

Danilo Reis, 23 anos, & Rafael, 25, colhem os louros da vitória. Mas gerou certa estranheza a demora dos mineiros em lançarem o disco – eles venceram a competição em dezembro de 2014, e o CD chegou às lojas em julho deste ano.

– Fizemos 15 shows por mês desde janeiro, a agenda apertou. Nossa vida melhorou muito. Antes, fazíamos apresentações em bares – revelou Rafael ao site Uol.

Quatro meses após o fim do The Voice, Danilo Reis e Rafael anunciam lançamento de CD

Em entrevista ao Diário Gaúcho, o sertanejo contou que, em pouco tempo, já sente a repercussão do novo trabalho:

Continua depois da publicidade

– Tem sido ótimo. As pessoas receberam bem o CD.

Além do lançamento do álbum, a dupla fez cinco shows nos Estados Unidos, nas cidades de Boston e Miami.

E vamos de novo!

Crédito: Jerusa Kessler Fotografia/Divulgação

Destaque gaúcho no The Voice Brasil, em 2013, Xandy Monteiro, 34 anos, passou por altos e baixos depois da participação. Em fevereiro de 2014, dividiu o palco com Claudia Leitte (sua técnica no programa), na Festa da Uva, em Caxias do Sul. Logo em seguida, foi morar em São Paulo.

– Antes de entrar no The Voice, eu estava parado há dois anos. O programa reativou a minha carreira – diz ele.

Faltou…

Quando foi eliminado, colheu os louros: cachês maiores e agenda bombando.

Continua depois da publicidade

– Quando eu saí, foi aquele boom, shows em São Paulo, tive uma valorização. Depois, tivemos que nos adaptar, com a realidade de shows em Porto Alegre, onde a coisa é diferente de São Paulo e Rio. Foi esfriando, é natural. Mas agora, que começou mais uma edição, as coisas voltam a acontecer, você é sempre um ex-The Voice – explica o cantor, que voltou a morar em Guaíba, depois de sete meses em São Paulo.

Em outubro, Xandy entra em estúdio para gravar o primeiro EP desde a saída do The Voice. Hoje, são de dez a 12 shows por mês:

– Faltou eu ter conseguido um empresário para alavancar a minha carreira.

“Tem quer ter conteúdo”

Crédito: Dulce Helfer/Divulgação

Continua depois da publicidade

Em 2013, o vozeirão da gaúcha Ana Lonardi encantou o Brasil. Ela comemora a visibilidade que o programa lhe deu, mas alerta:

– Mas tem que ter conteúdo. Você pode ser o ganhador, mas, se não tiver uma força muito grande dentro de si e uma produção artística verdadeira, só a memória não sustenta carreira – afirma Ana, 28 anos, que mora em Porto Alegre.

Depois de participar do programa, ela realizou sonhos antigos como participar de festivais de jazz pelo país e ainda gravar em parcerias com grandes nomes da música nacional, como Roberto Menescal, fera da MPB.

De Porto Alegre para Paris

Continua depois da publicidade

Em 2014, o DVD Ana Lonardi Ao Vivo, gravado em parceria com o Canal Brasil, rendeu turnê pelo país. Ana ainda participou do show de reinauguração do Estádio Beira-Rio e do festival 2èmme Festival Du Rio Grande do Sul de Paris, na capital francesa.

– Agora, em setembro, estive no Maranhão, para fazer um show. Foi surpreendente encontrar as pessoas esperando por mim! – comemora.

A cantora projeta um 2016 movimentado, com o lançamento de disco duplo:

– Um deles será só de coisas mais charmosas, sexies, estilo soul. Outro, de sambas.

Continua depois da publicidade

Sem limusine e dólares

Crédito: Divulgação

Continua depois da publicidade

A catarinense Bruna Góes, 22 anos, participou do programa em 2013. Na época, ainda não tinha nem CD gravado.

– O candidato precisa ter algo já encaminhado. Você precisa ter o seu show pronto. Na época que participei, não tinha nada pronto, não tinha essa consciência. Quando você sai do The Voice, recebe muitos convites. Você vai tirar algo do programa se você tiver algo para divulgar. Quando você menos espera, a galera está te procurando, querendo contratar seu show, gravadora cobrando CD – aconselha a morena

Maracanãzinho lotado

Continua depois da publicidade

Porém, ela alerta:

– As pessoas acham que você sai da Globo com muitos dólares no bolso e de limusine. Não é assim.

Depois do The Voice, Bruna participou de uma homenagem ao grupo As Frenéticas, para um Maracanãzinho lotado, esteve no Encontro Com Fátima Bernardes e fez shows pelo país com um de seus projetos, um tributo a Amy Winehouse. Agora, prepara o primeiro disco morando no Rio:

– É aquela coisa: “Quem sou eu na fila do pão?”. Estou meio que começando do zero, com o meu trabalho original, pop.

Continua depois da publicidade

“Deus me deu várias chances, e eu soube aproveitar”

Crédito: Divulgação

Continua depois da publicidade

Em 2002, Thiaguinho participou do Fama, reality show musical da TV Globo e, mesmo não tendo vencido, ganhou tanto destaque que acabou sendo convidado a integrar o Exaltasamba, no ano seguinte, substituindo o vocalista Chrigor. Rapidamente, o menino do Fama conquistou o Brasil e virou ídolo.

Em 2012, o grupo terminou, e pensa que Thiaguinho se apagou? Nada, ele ganhou ainda mais destaque na música nacional.

Hoje, alguns números do pagodeiro comprovam o sucesso dele após a participação no reality.

Em 2013, foi indicado ao Grammy Latino, faz cerca de 220 shows por ano, tem um público médio de 15 mil pessoas e venceu por três vezes prêmios Multishow, em sequência (2012, 2013 e 2014). Além de todo esse currículo, apresenta o Música Boa ao Vivo, no Multishow, e foi jurado do SuperStar.

Continua depois da publicidade

Números de sucesso

Em entrevista por e-mail a Retratos da Fama, o pagodeiro dá a dica para quem busca o sucesso nesses concursos musicais em programas de tevê:

Continua depois da publicidade

– Os participantes devem entregar tudo de si! Ter tranquilidade pra executar bem o que já sabe é fundamental também!

Thiaguinho ressalta que não dá para encarar o programa como uma porta da esperança.

– Depois, (tem que) correr atrás, não existe fórmula mágica. O programa é só o início de algo que pode ser a sua vida na música – orienta.

Mesmo assim, reconhece que sua vida mudou completamente após o Fama:

Continua depois da publicidade

– Tudo mudou! Mas, após o programa, eu continuei correndo e tive a felicidade de ser convidado pelo Exalta pra integrar o grupo. Deus me deu várias chances, e eu soube aproveitar.