Número 2 da Secretaria de Segurança Pública, o secretário-adjunto Aldo Pinheiro D’Ávila deu a primeira manifestação da cúpula ontem desde que a onda de atentados começou. Ex-delegado geral da Polícia Civil e com a experiência de ter atuado em operações semelhantes em 2012 e 2014, Aldo foi designado para falar pela SSP, cujo secretário titular, César Grubba, ainda não se manifestou. Confira:
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São quatro noites consecutivas de ataques. O que está acontecendo de fato?
De novo é a questão das facções criminosas, que se organizam em forma de protesto contra situações que elas consideram injustas e também em razão das grandes apreensões de drogas que houve no Estado nos últimos meses – foram apreensões recordes. Tudo isso acaba gerando essa situação de revide por parte dessas organizações. Mas as polícias estão preparadas, tanto que os atentados contra a vida (homicídios) dos agentes de segurança pública foram todos solucionados. No último, o de Camboriú, o preso confessou a autoria.
O Estado já conseguiu detectar se a motivação parte do sistema prisional?
As lideranças dessas facções são reclusas no sistema prisional. A origem e a motivação, na verdade, são informação de inteligência, e não podem ser divulgadas. Vamos permanecer ininterruptamente com todos os policiais em prontidão até que cesse essa situação, com reforço de pessoal para garantir a segurança pública. O secretário de Segurança, César Grubba, está diuturnamente acompanhando e orientando as ações na segurança.
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Há informação que transferências para presídios federais teriam motivado os ataques. Procede?
Não tenho essa informação.
Mas transferências aconteceram internamente?
Internamente as transferências ocorrem seguidamente, mas nenhuma motivada por problemas que eventualmente possam ter gerado esse tipo de situação.
Sobre essas duas bombas no Departamento de Administração Prisional (Deap), fica bem evidente que há alguma coisa contra a pasta?
Sem dúvida. Há algo contra, não só contra o Deap, mas contra as forças policiais e, na verdade, contra o Estado.
Em termos de medidas macro, um plano, o que está sendo feito? Há possibilidade de transferências de líderes para presídios federais como no passado?
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A questão da inteligência é fundamental, sustenta as ações, os subsídios para o que estamos realizando. Questões de transferências são do Deap, não poderia dar essa informação com precisão.
Mas é uma decisão de Estado, não só do Deap.
É uma decisão do Estado provocada pelo órgão competente que é o departamento.
Ao contrário dos atentados ocorridos em anos anteriores, agora temos ação de duas facções em Santa Catarina. Policiais afirmam que as duas podem estar agindo. Há algo nesse sentido?
Estamos detectando autores individuais, lógico que fazem parte de facções criminosas. Não se rotula uma ou outra, todas são extremamente perniciosas, são indivíduos altamente perigosos e vamos permanecer dando o combate ininterrupto a esse tipo de ação, que, na verdade, gera uma situação de muita intranquilidade no Estado.