A frase não é minha, mas adotei-a de imediato. Foi dita no lançamento do livro de uma xará, Simone Faustini, cuja sensibilidade faz com que dedique sua atividade profissional às questões de sustentabilidade, estudando o tema, capacitando pessoas e implantando processos em empresas.

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— Depois é agora! — afirmou Faustini, contando que decidiu colocar como prioridade pessoal os pequenos e grandes sonhos acalentados ao longo dos anos.

Faz todo sentido. Encontrar um espaço no presente para tornar realidade os desejos adiados para um tempo que não se sabe quando (e se) vai chegar é a forma mais digna e honesta de aproveitar a vida.Sabe aquelas coisas que você tem muita vontade de fazer, são importantes para a sua satisfação, mas você vai deixando para mais tarde porque há outras urgências na frente da fila? Ou aquelas realizações que só podem ser concretizadas se você estiver disposto, primeiro, a encarar um trabalho de Hércules no meio do caminho? Bingo! “Depois é agora” nelas.

Se esta definição funciona como um aprendizado de vida para as situações pessoais, também se aplica às causas coletivas que interferem nos destinos da civilização. Por exemplo, levar a sério a sustentabilidade do planeta. Esta é uma daquelas tarefas imediatas para todos nós, que vivemos este momento. “Depois é agora” — ou corremos o sério risco de inviabilizar a continuidade da vida de nossa espécie.

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Nas primeiras horas da manhã da inesquecível quarta, 17 de maio, quando ouvi pela primeira vez “depois é agora”, ainda não era possível imaginar a bomba política que cairia em Brasília algumas horas mais tarde. Mas quando isso de fato aconteceu, a sentença tornou-se ainda mais adequada.

Há muito tempo o Brasil vem postergando o inevitável acerto de contas com a seriedade e a moralidade da coisa pública. Todos nós sabemos que isso é prioridade, mas parece que todos nós também tínhamos um consenso velado de que sempre dava para se esperar mais um pouco. Só que não. Carpe diem. Depois é agora!