Em investimentos, há mais coisas entre o céu e a terra do que supõe a nossa vã filosofia.
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Plagiando a famosa citação de Hamlet (Shakespeare), queria fazer com vocês uma reflexão sobre a forma que os investidores brasileiros se comportam frente às opções de investimentos.
Nós, brasileiros, temos um histórico perverso de inflação alta e juros estratosféricos. Para o investidor, sempre foi muito confortável investir nessas circunstâncias. Basta aplicar o dinheiro em títulos de renda fixa, superseguros e com altas rentabilidades. Investir em títulos públicos e CDBs se tornou quase obrigatório. Fundos de renda fixa são fartamente oferecidos pelos bancos. Todos se acostumaram a ganharem muito, com o mínimo de trabalho. A maioria desses fundos foi constituída para fazer uma gestão passiva e seguir o CDI. Nesse contexto, os bancos puderam praticar taxas de administração exorbitantes de até 5,5% ao ano. Foi uma festa. Ao mesmo tempo, investidores interessados em ações na bolsa de valores sempre representaram uma minoria.
Mas parece que o cenário vai mudar. Atualmente, com a inflação controlada e uma política econômica saudável, a taxa Selic poderá chegar aos 7% ao ano ou até mesmo abaixo disso. Imaginem o estrago que essas taxas cobradas pelos bancos podem fazer na rentabilidade do capital do investidor. Um custo muito alto para uma gestão passiva, que só precisa replicar um índice. Vale ressaltar que as taxas de juros reais (descontando a baixa inflação do momento atual) pagas pelo governo brasileiro (Selic) ainda são bem interessantes se compararmos com as taxas de juros de outros países. Porém, aquele 1% ao mês que o brasileiro estava acostumado não vai mais existir se andarmos nos trilhos corretos.
O efeito manada do momento é o mercado de ações.
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Mas aí, vem a questão: por que sair da renda fixa e ir direto para as ações se existem tantas outras opções? E os fundos multimercados? Temos no Brasil excelentes gestores respeitados internacionalmente (até porque gerir um fundo no Brasil “surfando” com as incertezas crônicas da nossa política econômica nos torna gestores muito bons). Os fundos multimercado podem ser compostos por uma série de estratégias, podem operar títulos públicos e privados, ações, câmbio, cesta de moedas, derivativos e muitos outros, de acordo com a expertise da equipe de gestão e o regulamento do fundo. O principal é que são geridos por especialistas que, praticamente, só “respiram” o mercado financeiro, possuem visão de longo prazo, perseguem metas e traçam estratégias que preveem a hora certa de investir em um ativo e sair dele.
Então, mais uma vez, se consagra a regra básica de investimentos: a diversificação. Investir em ações, sim. Renda fixa, sim. Fundos de investimentos, sim. De forma equilibrada e sempre alinhados com os nossos objetivos financeiros.
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