Você pode passar de um lado para o outro na rua do Príncipe e nunca descobrir um lugar para buscar equilíbrio e saúde, mas quem já entrou na Farmácia Lohmann sabe que a lojinha com fachada verde tem muito mais do que remédios.
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Lá dentro, Adolar Lohmann está sempre no balcão, pronto para um bom papo, uma indicação de medicamento alternativo e até uma provocação entre vascaínos e corintianos – ele é apaixonado pelo escudo da cruz de malta.
Há 34 anos, o farmacêutico está no mesmo local, tratando da saúde dos joinvilenses. Aquela sala comercial tinha que ser dele e isso é certo até hoje. Quando decidiu montar uma farmácia, Lohmann escolheu o número 877 da rua do Príncipe, mas parecia que tudo ia dar errado.
– Quando fui pedir empréstimo na Caixa, me falaram que a carteira de investimentos tinha fechado. Então o dono da sala, seu Solano, alugou para uma loja de colchas – lembra Lohmann.
Quatro meses se passaram e a ideia estava quase sendo deixada de lado quando a sorte mudou e ele foi chamado novamente com a proposta: alugar a sala e pagar “quando puder e quanto puder”. Ele aceitou e, desde então, o mesmo sorriso recebe os clientes que buscam homeopáticos em Joinville.
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Lohmann sempre soube que sua vida seria entre os frascos de medicamentos: este foi o primeiro emprego dele, há 50 anos. Quando começou a trabalhar, ainda na adolescência, fazia entregas de remédios da Drogaria Catarinense nas casas dos clientes. Seis meses depois, era promovido a atendente e, aos 22 anos, já gerenciava uma filial.
– Lá foi a minha escola, mas chegou um momento em que eu sabia que já tinha alcançado tudo o que podia na drogaria – lembra ele.
Lohmann queria ser o dono de uma farmácia, mas sabia que não queria ter só mais uma igual a todas as outras que havia em Joinville. Foi um dia, há cerca de 35 anos, que Lohmann recebeu um conselho que mudaria a vida dele. A descoberta da vocação
– Fui tomar um cafezinho e encontrei o seu Valdir Azevedo, que me questionou por que eu não abria um negócio próprio. Ele falou: por que não abre uma farmácia homeopática? Na hora, até me faltou ar – conta – e ele quase fica sem ar novamente, mais de três décadas depois, ao lembrar do momento em que descobriu o que queria fazer pelo resto da vida.
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Lohmann abriu a primeira farmácia de homeopáticos de Joinville e percebeu, com os anos, que o talento não era só para ajudar a tratar doenças do corpo.
– As pessoas não são só medicadas, mas ministradas na palavra. Às vezes, elas vêm buscar a fitoterapia e a homeopatia como último recurso e descobrem que precisam ter fé para melhorar – afirma ele.
Foi atrás do balcão da farmácia que ele criou os filhos Marcos e Fábio – o caçula seguiu seus passos e também se tornou farmacêutico – e é onde ele quer permanecer ainda por muitos anos.
– Não penso em parar tão cedo. Da minha porta, eu vejo a cidade passar e tenho essa coisa boa de conviver, brincar e ajudar as pessoas – conta.
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