Aos 80 anos de idade, a joinvilense Mery Paul apresenta orgulhosa o projeto que fundou com um grupo de amigas em 1983 e que continua dando muitos frutos na cidade. Com ela, cerca de 60 voluntárias do Mutirão do Amor se dedicam a produzir enxovais para famílias carentes em Joinville. Cerca de 70 enxovais são produzidos e doados mensalmente para os “barrigudinhos”, termo carinhosamente utilizado para se referir aos recém-nascidos pelas “mutiretes”, as voluntárias do Mutirão.
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Mery lembra que tudo começou quando houve uma grande enchente em Santa Catarina, ocasião em que ela foi provocada a ajudar gestantes que haviam perdido seus pertences no Vale do Itajaí. Influenciada pelo espírito solidário de sua mãe, Mery e as amigas decidiram ampliar o projeto que já tem 34 anos de atividade. O enxoval do Mutirão do Amor é composto por um travesseiro, conjunto de roupa, cueiro, manta de lã, cobertor, sapatinhos, meias, sabonete e fraldas descartáveis – item de que a entidade mais precisa atualmente.
– A minha mãe ajudava todo mundo. Acho que isso está no meu DNA – afirmou Mery.
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Os enxovais são entregues para famílias carentes que estão no Hospital Infantil Doutor Jeser Amarante Faria e na Maternidade Darcy Vargas. Os kits também são encaminhados à Secretaria de Assistência Social (SAS), da Prefeitura de Joinville, que os repassa a um dos seis centros de referência da assistência social (Cras) da cidade. Nas contas de Mery Paul, mais de 20 mil crianças foram beneficiadas pelo projeto.
– Uma talha, outra faz a bainha e as velhinhas fazem o crochezinho. É caprichado como se fosse feito numa máquina. Elas dizem que todo ponto que elas dão é feito com o amor que vai para o bebê. Eu sempre peço que façam, mas que façam de coração – afirmou Mery.
O zelo e a dedicação do grupo de voluntárias impressionam. Todas as semanas, as mutiretes se reúnem para fazer tricô e crochê na sede da associação beneficente, que fica na rua Evaldo Quandt, no bairro Saguaçu. A sede, conta Mery Paul, era seu grande sonho que felizmente foi realizado. Antes, os encontros eram feitos na casa de Mery, na rua Aquidaban. Agora, ela só pede saúde para viver em paz. É muito feliz e grata pela família que tem – dois filhos, duas noras e “os três netos mais lindos de Joinville”.
A entidade presidida por Mery Paul se mantém por meio de doações, parcerias com empresas e a realização de um café promovido todos os anos no Restaurante Glória. O evento reúne cerca de 600 pessoas, conta Mery. Alunos da Escola Têxtil Hermann August Lepper, da Fundação Municipal Albano Schmidt (Fundamas), também confeccionam roupas e doam peças para o projeto. As próprias voluntárias contribuem financeiramente. Quem quiser ajudar o projeto pode entrar em contato pelos telefones (47) 3804-1675 e 99984-8219.
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