Há exatos 30 anos, João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, encantava o mundo nos Jogos Pan-Americanos. Em 1975, na Cidade do México, na final do triplo, o paulista de 21 anos deu um vôo de 17,89m. Ganhou a medalha de ouro e superou em 45 centímetros o recorde mundial da prova, que pertencia ao soviético da Geórgia Viktor Saneyev

Continua depois da publicidade

De Oliveira, como era conhecido no exterior, era dono de um estilo de salto que o campeão mundial do triplo em 1987 (o búlgaro Khristo Markov) disse admirar, para irritação de Saneyev, presente à coletiva.

Ainda no Pan de 1975, ganhou ouro no salto em distância. Quatro anos depois, em San Juan, conquistou o bicampeonato dos Jogos Pan-Americanos nas duas provas.

Disputou as edições olímpicas de Montreal, em 1976, e Moscou, em 1980. Nas duas vezes ganhou bronze. Em 1980, no meeting em Bratislava, saltou muito próximo dos 18m, mas a arbitragem não validou o recorde.

Ainda hoje é um dos grandes nomes da história da Copa do Mundo de Atletismo. Venceu o triplo nas três primeiras edições da Copa: em Dusseldorf, em 1977, em Montreal, em 1979, e em Roma, em 1981.

Continua depois da publicidade

O recorde mundial de João Carlos vigorou por quase uma década. Na verdade, até junho de 1985, quando o norte-americano Willie Banks saltou 17,97m, em Indianápolis. O atual recorde mundial pertence ao britânico Jonathan Edwards, que em 1995, no Mundial de Gotemburgo, saltou 18,29m.

João Carlos teve que deixar muito cedo as pistas, aos 27 anos. Mas não foi esquecido pelas entidades dirigentes do atletismo brasileiro (CBAt) e internacional (IAAF). Não foi esquecido pelo povo, que o levou duas vezes à Assembléia Legislativa de São Paulo. Morreu em 1999, aos 45 anos de idade.