Há mais de uma década dando as cartas na política russa, o atual primeiro-ministro do país, Vladimir Putin, que concorre à presidência, realizou nesta quinta-feira um comício para 130 mil pessoas em um estádio de Moscou, ocasião em que advertiu que não aceitará interferências externas nos assuntos do país e chamou seus partidários de “defensores da pátria”.
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Putin, que antes de se tornar primeiro-ministro, há quatro anos, foi presidente por dois mandatos consecutivos, está no comando da Rússia há 12 anos e pode estender ainda mais o seu período no poder caso vença o pleito marcado para 4 de março. Favorito nas pesquisas, o primeiro-ministro é o candidato oficial do presidente Dmitri Medvedev, que foi eleito com sua bênção em 2008.
Depois de ocupar a presidência entre 2000 e 2008, Putin teve de abandonar o posto porque não poderia concorrer a um terceiro mandato consecutivo, mas orquestrou manobras para voltar ao poder como primeiro-ministro.
No comício, em um discurso de tom nacionalista, com uso de vários termos militares, Putin convocou os simpatizantes que lotaram o estádio Lujniki:
– Hoje, somos defensores da pátria. Não permitiremos que ninguém interfira em nossos assuntos internos – bradou o premier e candidato no discurso por ocasião do “Dia dos Defensores da Pátria”, uma festa herdada da época soviética.
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Com o comício, o governo pretende calar as manifestações da oposição, acusada pelo regime de trabalhar para os ocidentais. A oposição e a imprensa independente acusaram o governo russo de pressionar e de pagar funcionários públicos para participar nas manifestações pró-regime. Alguns servidores públicos teriam admitido que compareceram ao comício de maneira forçada. O diretor de campanha de Putin, Stanislav Govorujin, negou as acusações.