Em 2001, o DC fez um raio x da economia da Grande Florianópolis e identificou o turismo como mola propulsora, mas também o surgimento de novos polos produtivos. Este caderno busca mostrar a evolução das alternativas de produção para o futuro da região.

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Com tantas praias e cenários paradisíacos, a Grande Florianópolis não poderia prescindir de tirar do turismo grande parte da sua movimentação econômica. Em 2001, quando o Diário Catarinense produziu a série de matérias Nossa Terra, de fato o turismo era a mola propulsora da região, mas novos polos produtivos começavam a despontar.

Onze anos depois, este caderno pretende mostrar como evoluíram as alternativas de produção emergentes e identificar qual o futuro da Grande Florianópolis. Há quase 12 verões, a meta era tornar o turismo na Capital, finalmente, bilionário.

Santa Catarina projetava crescer 15% na temporada 2001, passando dos 2,72 milhões de turistas de 2000, para 3,2 milhões de visitantes, que desembolsariam US$ 564 milhões, ou cerca de R$ 1,1 bilhão pela cotação da época.

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Mesmo com violenta crise na Argentina – como agora -, 900 voos charter desembarcaram no Aeroporto Hercílio Luz, na Capital, direto do país vizinho. Os hermanos vieram aos milhares para suas mecas preferidas de SC, como a Praia de Canasvieiras, em Florianópolis.

Enquanto a Santa Catarina Turismo (Santur) projetava 15% de crescimento, os empresários do trade turístico eram ainda mais otimistas e previam aumento de 25% a 30% no número de visitantes.

Na época, o Estado tinha 80 mil leitos para acomodar os turistas, 17 mil deles na Grande Florianópolis. De lá para cá, o número dobrou. Hoje, SC tem 160 mil leitos, segundo o último levantamento da Santur.

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Apesar de a Capital ser muito focada no turismo em 2001, as entidades do setor iniciavam um trabalho para profissionalizar a atividade, desenvolver o turismo de negócios e conquistar um turista de maior valor agregado, além dos vizinhos argentinos que gastavam pouco.

Essa é uma batalha que ainda não terminou, mas que já evoluiu bastante. A Capital, que tradicionalmente perdia para Blumenau e Joinville na recepção de congressos e seminários corporativos, passou a conquistar muito mais eventos desde a implantação do CentroSul, há 14 anos, e sua consolidação.

O turismo religioso também ganhou impulso em Nova Trento, na Grande Florianópolis, após a santificação da, em 2001, Madre Paulina. O santuário, inaugurado em 2006, atualmente recebe mais de 70 mil pessoas por ano na pequena cidade de apenas 12 mil habitantes. O comércio e os serviços do município também cresceram de lá para cá para atender ao crescente contingente de fiéis.

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Há quase 12 anos, o polo calçadista de São João Batista ainda iniciava a caminhada para se fortalecer. Em janeiro de 2001, as empresas do município estavam entrando no circuito da Couromoda, maior feira de calçados e artefatos de couro da América Latina, e começavam a despontar como referência nacional em produtos de valor agregado, junto com Franca (SP) e Novo Hamburgo (RS).

Pela primeira vez, os empresários do setor calçadista de SC participavam em grupo do evento, deixando a concorrência caseira de lado e buscando consolidar o polo regional.

– Temos consciência de que o setor depende de estarmos juntos – afirmou, à época, o secretário do Sindicado das Indústrias de Calçados de São João Batista, José Luiz Dias.

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Durante a feira, 14 empresas catarinenses sediadas em São João Batista negociaram o equivalente a dois meses de produção.

– É o vestibular para o nosso calçado – disse, então, o empresário Wanderlei Zunino, da indústria Século XXX, empresa que apostava no design e na exclusividade dos modelos para conquistar mais mercado.