Apesar da neve e dos atrativos naturais, a Serra Catarinense tem problemas de estrutura para receber os turistas durante o inverno. Mesmo com problemas, a região é bastante procurada. Só São Joaquim recebe aproximadamente 100 mil turistas por ano. Frio, belezas naturais e carisma da população são inquestionáveis.
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::: Apesar das belezas, falta estrutura para receber turistas na Serra de SC
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O presidente da Santur, Valdir Walendowsky, comenta nesta entrevista o que precisa ser melhorado na estrutura turística de inverno em Santa Catarina:
Diário Catarinense – Por que o frio de Santa Catarina parece não ser tão bem vendido como o verão?
Valdir Walendowsky – Isso é uma mentira. Hoje fazemos promoções do Estado em todas as estações. É só pegar os nossos audiovisuais e materiais informativos. Tem o Estado inteiro, inclusive com ênfase muito grande ao inverno e à Serra nas melhores revistas do Brasil, cadernos de grandes jornais, sites especializados e feiras.
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DC – Por que muitos turistas apenas passam pela Serra Catarinense e acabam gastando dinheiro na Serra Gaúcha?
Walendowsky – A Serra Gaúcha investe há 40 anos em turismo pela visão de empresários que viram a oportunidade. A Serra Catarinense começou só em 2003, com uma política consistente de desenvolvimento turístico, e já melhorou bastante. Há 10 anos, o inverno era um problema, hoje é um produto turístico. As duas regiões poderiam estar iguais se tivessem começado juntas. Há duas formas de ganhar com o turismo: ou com muito dinheiro, como em Dubai, ou trazendo o turista para conhecer e investir. Foi assim com o Litoral catarinense há uns 30 anos.
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DC – Como o senhor vê a profissionalização do turismo na Serra Catarinense?
Walendowsky – Se faltam equipamentos, vagas e eventos, é com a iniciativa privada. Estamos conscientizando os empresários a negociarem com operadoras de turismo, mas eles estão reticentes. Eles querem vender tarifa de balcão, pois com as operadoras o preço de venda tem que ser menor para compensar o pacote. Há mais de dois anos temos um trabalho com a CVC (uma das maiores operadoras do mundo) para incluir a Serra no pacote, mas temos problemas em negociar com a rede hoteleira. Uma operadora vindo, as outras vêm atrás. Estamos insistindo nas negociações, mas o Estado não pode fazer hotel e restaurante.
DC – O fato de o governo estar numa ilha, cercado por belas praias, não deixa os olhos do poder distantes da Serra?
Walendowsky – De jeito nenhum. Provo com conhecimento de causa. Desde 2003, o governo definiu o trabalho de Santa Catarina por inteiro, em dez regiões turísticas nas quatro estações. Não para nunca. As pessoas não vêm simplesmente por vir. A informação não cai do céu. Em algum lugar elas têm a informação. O nosso material de divulgação é muito bom, é sensacional.
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DC – O poder público, especialmente o Estado, tem investido em turismo na Serra Catarinense?
Walendowsky – Não só investimentos diretos, como a rodovia Caminho das Neves, o novo contorno e o aeroporto de São Joaquim, obras de recomposição asfáltica e pesquisas da Epagri em melhoramento de uva para as vinícolas, maçãs e outras frutas; como também prospecção de investimentos privados, como uma plataforma de vidro na Serra do Rio do Rastro e que vai custar US$ 1 milhão. Também estamos o tempo todo em contato com os sindicatos, o Convention Bureau. Estamos muito presentes na Serra.