O cantor Gusttavo Lima, 32, pediu para os fãs rezarem por ele e disse que está prestes a “jogar a toalha” após uma série de suspeitas em contratações por prefeituras para shows. Ele fez o desabafo em live no Instagram nesta segunda-feira (30) à noite.
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— É muito triste ser esculhambado, tratado como se fosse um criminoso, um bandido. Aqui existe um ser humano, um pai de família, ninguém aqui é bandido — disse.
O cantor afirmou que não tem ligação com dinheiro público e acredita ser alvo de perseguição. Disse ainda que está machucado emocionalmente, mentalmente e fisicamente.
— É um peso gigantesco ter que aguentar tudo isso. Não sei o motivo de tanto ódio, de tanta perseguição.
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O cantor pediu cautela nas acusações e negou irregularidades. Ele admitiu, no entanto, que cobra das prefeituras o mesmo valor dos contratantes privados e afirmou que a única coisa que tem para vender é a sua arte. Para o cantor, o cachê é uma forma de valorizar a arte.
— A gente paga as nossas contas com isso, a gente coloca comida na nossa mesa através do talento. Não é porque é uma prefeitura que vou deixar de cobrar o meu valor. Tenho contas, funcionários para pagar.
Lima contou que em 2019 chegou a fazer 300 shows e que não teve infância por cantar desde os 9 anos. Durante a live, o artista repetiu que todos os seus bens foram conquistados com a garganta. Ressaltou também que paga impostos em dia e tem 500 funcionários diretos.
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— A minha vida é cantar. Se tenho uma casa boa para morar, vocês podem ter certeza que saiu da minha garganta. Se tenho um carro bom, um barco, um avião, saiu daqui — afirmou, batento no pescoço.
Anteriormente, por meio de uma nota, assessores de Lima disseram que o músico “não pactua com ilegalidades” e que não é seu papel “fiscalizar as contas públicas”.
Ele chorou no final da conversa com os fãs e revelou estar cansado, com vontade de sumir “para ver se a perseguição acaba”.
O desabafo do artista foi motivado pela divulgação de informações sobre apurações de contratos para shows.
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O Ministério Público de Minas Gerais, por exemplo, faz uma apuração preliminar para verificar se houve irregularidades na contratação por R$ 1,2 milhão do artista para um show cancelado em Conceição do Mato Dentro, no interior mineiro.
O Ministério Público do Rio de Janeiro abriu um inquérito para apurar se houve irregularidades na contratação do sertanejo para um show em Magé, a 100 quilômetros da capital fluminense, por R$ 1 milhão.
Gusttavo Lima é um dos cantores que está no centro das discussões sobre o pagamento de cachês com dinheiro público desde que Zé Neto, da dupla com Cristiano, disse que não dependia da Lei Rouanet e que não precisava fazer uma “tatuagem no ‘toba’ para mostrar se a gente está bem ou mal”, em referência à tatuagem íntima da cantora Anitta.
Em seguida, foi revelado que Lima receberia R$ 1,2 milhão de um cachê ilegal, desviado da Compensação Financeira pela Exploração Mineral, a CFEM, destinada a investimentos em infraestrutura, ambiente, saúde e educação, para um show em Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais.
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O show foi cancelado e, no último domingo, a prefeitura da cidade afirmou que o cantor não recebeu nem vai receber o pagamento.
Além disso, Lima e outros cantores sertanejos vão participar de uma festa bancada pelo deputado André Janones, do Avante, de Minas Gerais, pré-candidato à Presidência, com R$ 1,9 milhão em recursos de uma emenda “cheque em branco”, na cidade mineira de Ituiutaba, revelou reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.
Esse apelido vale para transferências do tipo especial, que são enviadas direto ao município, podem não ter destinação específica e, portanto, é difícil acompanhar o gasto público. Cada parlamentar tem uma cota fixa para apresentar em emendas individuais impositivas —isto é, que o governo é obrigado a pagar.
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