Encontro entre terceiro e quarto colocados da Superliga, reencontro de ex-atletas, campeões olímpicos na quadra e no banco, Paulão contra Giovani. Quem assistir ao duelo entre Móveis Kappesberg/Canoas e Sesi nesta quinta, às 18h30min, no Ginásio Poliesportivo La Salle, pode enxergar o jogo por várias perspectivas. Uma delas é o encontro entre os irmãos Endres _ o central Gustavo contra o ponteiro Murilo.

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Na primeira partida, em São Paulo, válido pela 8ª rodada do primeiro turno, o atual capitão da seleção brasileira levou a melhor. Amanhã, o meio-de-rede do Canoas espera roubar a terceira posição da equipe do irmão. Quem atesta que a rivalidade será grande é Gilmar Venturini, treinador que lançou os dois em Passo Fundo na década de 90:

_ O que sempre vi nos dois e poderia dizer que seriam grandes jogadores é a questão do comprometimento. Eles sempre foram muito dedicados.

GUSTAVO

ZH – Como está o retrospecto entre vocês?

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Antes de eu ir para a Itália, em 2000, nunca jogamos contra. Depois, quando ele foi para lá, tivemos 12 encontros e eu ganhei 11. A partir de 2009, quando nós dois voltamos, ele ganhou mais, mas não tenho o número exato. Por isso, dizemos que está empatado e todo jogo é o desempate.

ZH – Teve algum empecilho na carreira de vocês pelo fato de serem irmãos?

Para mim, não. Acho que ele sofreu uma pressão muito maior, por ter de provar o tempo todo e conquistar os mesmos títulos do Gustavo. Mas ele mesmo diz que isso serviu de motivação e conseguiu reverter da melhor maneira.

ZH – O que você ensinou a ele, tanto na carreira como dentro da quadra?

Tecnicamente, nada, porque ele é bem mais técnico. O que ensinei foi ter paciência e dar o máximo todo dia porque a hora dele ia chegar. Chegou um pouco mais tarde, mas chegou, e hoje é o melhor do mundo.

MURILO

ZH – Qual a importância do Gustavo na tua carreira?

Primeiro, como ser humano. É meu irmão mais velho, não tentou ser superprotetor, deixou as coisas acontecerem ao natural. Houve muitas comparações no início da carreira, muita gente falou que tinha chegado à seleção porque era irmão dele. Acho que os dois sofreram com isso. Mas, superado isso, sempre me espelhei nele por ser um guerreiro, que saiu de Passo Fundo e tentou vencer como profissional do vôlei.

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ZH – Como a família Endres administra esses confrontos?

Para nós, é tranqüilo, nos falamos fora de quadra, conversamos por telefone. Não temos nada para esconder. Quem sofre são nossos pais, que ficam com o coração dividido. Estarão hoje aqui torcendo para que os dois ganhem.

ZH – Ambas as equipes estão classificadas. Mas caso se encontrem nos playoffs, como fica a relação?

As duas equipes estão em um nível técnico muito alto. Acho que o espetáculo ganha com isso. Sei que os ingressos estão esgotados há três dias e teremos um grande jogo. Uma vitória aqui, pode pesar lá na frente.