Gustavo Brigatti: “Transistor” é duro conto de beleza melancólica

Transistor, game da Supergiant lançado no começo do ano passado, chega agora, de graça, para donos de PS4 assinantes da categoria Plus da PlayStation Network. Não pense duas vezes: baixe.

Melancólico conto de ficção futurista, Transistor parece ser um joguinho de ação, mas é xadrez: exige mais cérebro do que dedos rápidos quando o assunto é combate. Quando o assunto é explorar os recônditos de Cloudbank, aí é com o coração, carregado na ponta da espada pela cantora (e agora fugitiva) Red.

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As linhas retas e austera – também fartas em neon – do futuro imaginado pela Supergiant vão de encontro à jogabilidade de Transistor, impessoal e fria, mas divertida. Red enfrenta hordas de inimigos em turnos, como um bom RPG, mas o tempo é medido por meio de uma barra de energia. É com ela que o jogador decide que poderes usar para destruir o máximo de inimigos possível e permanecer inteiro para o próximo round.

De quando em quando, sobe de nível e adquire novos poderes e upgrades para seus equipamentos. E quando em quando, descobre mais pistas do que aconteceu com a bela e triste cidade de Cloudbank, outrora palco de uma Red superstar, cantora de multidões, cultuada e amada estrela da música, e então envolvida em uma conspiração cuja pista única é a espada cravada no peito de um desconhecido.

Agora é Red quem carrega – carrega, não, arrasta – a espada, que é arma, conselheira, guia e narradora (e também fardo) em sua jornada. Red não tem escolha e a espada também. Ambos querem a verdade, alguma verdade, qualquer verdade, que explique a razão de estarem ali e como tudo mudou tanto em tão pouco tempo.

A aventura avança como jogo de tabuleiro, um acontecimento levando a outro, tudo levado ao sabor da excelente trilha composta por Darren Korb com a cantora Ashley Lynn Barrett.

Confira a trilha completa:

Transistor é poesia dura e árida em tempos de produções caretas e sem alma. Não pense duas vezes: baixe.