O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tomou a decisão que estava ao seu alcance para evitar a paralisia prolongada da Lava-Jato: pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) urgência na homologação das delações de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht.
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A solicitação formal permite que a ministra Cármen Lúcia, presidente da Corte, adote as medidas capazes de minimizar o atraso na operação provocado pela morte do relator Teori Zavascki. A magistrada também dá sinais de que não quer perder tempo. Determinou que a agenda de depoimentos dos executivos da empreiteira seja mantida. Com isso, os juízes auxiliares do gabinete de Teori seguem os trabalhos.
Por ora, reside a dúvida se Cármem Lúcia puxará para si a responsabilidade pela homologação ou se deixará a missão para o futuro relator, que só deve ser definido depois do fim do recesso do Judiciário, na próxima semana. Outros ministros entendem que é preciso aguardar o novo relator.
Diferentemente dos processos envolvendo pessoas sem foro privilegiado, que correm rapidamente na Justiça Federal do Paraná, no STF o trâmite é mais lento. Daí a preocupação em não alongar o período de chancela da delação, que é apenas um dos primeiros passos da investigação.
A partir do conteúdo dos depoimentos, a PGR pedirá a abertura de inquéritos contra parlamentares, ministros de Estado e governadores, solicitações que serão aceitas ou rejeitadas pelo relator. Será difícil ver a delação homologada até o final de fevereiro.
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Câmara
Na disputa pela reeleição da presidência da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) conquistou o apoio da bancada do PSD. A decisão da legenda ocorre após Rogério Rosso (DF), que também é candidato, deixar os colegas do PSD à vontade na hora de votar. Sem o apoio do próprio partido, a expectativa é de que Rosso anuncie hoje em coletiva que vai desistir da disputa.
Conversa
Ministro do TCU, Augusto Nardes teve um papo de mais de uma hora com Michel Temer na noite de segunda-feira. O ministro garante que a sucessão no STF não entrou na pauta. Sugeriu ao presidente medidas na área de segurança e a implantação de um centro de governo para fiscalizar a execução das políticas públicas.
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