Se a batalha do afastamento temporário no Senado é fava contada, Dilma Rousseff e Michel Temer têm outros três rounds no governo interino, em 2018 e nos livros de história. No ato da CUT no Dia do Trabalho, Dilma anunciou o reajuste no Bolsa Família e a correção da tabela do IR. Fez o afago à sua base, antes da assunção do vice mão fechada.
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Com reajuste anunciado por Dilma, benefício médio do Bolsa Família deve chegar a R$ 176 mensais
O desempenho do interino Temer será determinante na votação do Senado e em 2018. Petistas mais otimistas confiam que um fracasso daria chances para volta de Dilma, absolvida do impeachment. Mesmo que Temer permaneça, um governo fraco daria ao PT e a Lula, que não conseguiam explicar pixulecos, o discurso de golpe e vítima nas eleições gerais.
O sucesso dificulta a fala. Fernando Collor foi deposto pela política e absolvido no STF. Não se fala em golpe, pois o rito seguiu a Constituição e os governos seguintes tiveram êxito. Temer ficará para a posteridade como golpista ou timoneiro do país na tempestade? Dilma será a vítima ou a presidente que cometeu crime de responsabilidade? A guerra dos significados apenas começou.
Leia os outros destaques da coluna de Guilherme Mazui desta segunda-feira:
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Futuro
O PMDB da Câmara quer um ministério de capilaridade: Saúde e Cidades são os alvos. Se levar Saúde, os nomes da bancada são Osmar Terra (RS) e Saraiva Felipe (MG), ministro de Lula. Se pintar Cidades, Carlos Marun (MS), aliado de Eduardo Cunha, está de olho.
Exonera
Assessores petistas que atuam no Planalto e na Esplanada fazem questão de ter as exonerações assinadas por ministros de Dilma Rousseff. Não querem dar o gostinho das demissões à equipe de Michel Temer.
Encolhendo
Se levar adiante as expulsões dos infiéis, o PDT ficará com bancada nanica no Congresso. Terá 13 deputados, mesma soma do PTN. No Senado, tinha seis, perdeu três e pode entrar junho com um. Telmário Mota (RR) será o representante solo do partido.
Magistrado
Renan Calheiros (PMDB-AL) não definiu com técnicos do Senado o rito da votação do impeachment. Mantém a postura de ¿magistrado¿. Líderes esperam uma reunião para tratar do assunto. Algumas projeções indicam que a sessão de votação, dia 11, pode durar 20 horas.
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