Ao anunciar a presença das Forças Armadas nas penitenciárias, o governo Michel Temer apresentou uma rara medida efetiva e capaz de ser implementada no curto prazo no combate à crise do sistema carcerário, já que a construção dos presídios federais deve levar anos para se materializar. O emprego dos militares depende do aval dos governadores, mas o Palácio do Planalto acredita que a adesão será considerável, em especial de Estados que encaram as matanças nas cadeias ou que viram a disparada dos índices de criminalidade. O assunto seria tratado inicialmente com Temer, porém o encontro foi cancelado. Mesmo assim há pressa para que os Estados respondam. Ainda há dúvidas sobre a reação das facções, que decepam cabeças de rivais, à entrada de militares no circuito. De surpresa, as tropas irão instruídas a recolher celulares, drogas, armas e outros objetos que jamais deveriam entrar em um presídio. Esse possível revide entra no cálculo dos governadores no momento de definir o pedido de reforço militar.
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O anúncio de Temer evitou que o dia de reuniões em Brasília, que teve encontros da cúpula da segurança e inteligência federal e do ministro Alexandre de Moraes (Justiça) com secretários estaduais, terminasse com propostas genéricas e sem prazos definidos, como o sempre repetido reforço nas fronteiras. Fica a expectativa para que as ações saiam do papel.
Pressa
O ministro Alexandre de Moraes pediu na tarde desta terça para que os secretários estaduais de segurança consultassem os governadores sobre o emprego das Forças Armadas nos presídios. O Planalto quer iniciar o quanto antes as inspeções.
Surpresa
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Os secretários de segurança dos Estados foram surpreendidos, durante a reunião no Ministério da Justiça, com o anúncio do uso das Forças Armadas nos presídios. Os secretários terminaram o dia sem detalhes de como os militares atuarão nas cadeias. Também houve surpresa com o cancelamento do encontro de Michel Temer com os governadores.
Opções II
O grupo de parlamentares que apoiou Luiz Henrique da Silveira (morto em 2015) na disputa com Renan Calheiros (AL), há dois anos, incentiva outros peemedebistas a entrarem na corrida pela presidência do Senado contra Eunício Oliveira (CE). Waldemir Moka (MS), Simone Tebet (MS) e Raimundo Lira (PB) são os nomes sondados.
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