A coerência passa ao largo. A oposição que embalou Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em 2015, na esperança de ver aberto o processo de impeachment de Dilma Rousseff, desistiu do aliado. PSDB, DEM e PPS lançam o enrolado Cunha no colo do PT, que tentou impedir a eleição do peemebesita à presidência da Câmara em fevereiro. A oposição deu de mamar a Cunha e, agora, o repassa ao PT como quem diz “toma que o filho é teu”. A jogada foi inteligente. Tucanos já batem no peito contra Cunha em suas bases, enquanto petistas convivem com o desconforto de ver o Planalto dar guarida ao homem das contas na Suíça. O governo é pragmático: Cunha deve perder o mandato, porém em 2016. Até lá, fica na Câmara um presidente sem legitimidade para dar a canetada do impeachment. Na bancada petista, porém, aumenta a pressão para que o partido derrube Cunha. Parte dos deputados cobra coerência entre o discurso antigo e o cenário atual.

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Confiança

Depois do rompimento da barragem em Mariana (MG), Dilma Rousseff optou por um nome de confiança no Departamento Nacional de Produção Mineral. O geólogo Telton Correa assumiu o órgão de forma interina. Telton é próximo do assessor especial de Dilma, Giles Azevedo, e trabalhou com a presidente na Casa Civil.

Bandeiras

Desfeito, o acampamento antipetista do Congresso tinha divergências sobre como tirar Dilma Rousseff do Planalto (do impeachment à intervenção militar), mas convergiam na ode ao juiz Sergio Moro. Jair Bolsonaro (PP-RJ) era uma estrela no gramado que pregava o combate ao bolivarianismo no Brasil.

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Vaquinhas

Os acampados contra Dilma asseguram que permaneceram um mês no gramado do Congresso por meio de vaquinhas e de doações de alimentos. Das dezenas de barracas, parte passava o dia vazia, à espera da chegada de novos manifestantes, que se revezavam na vigília. Nem todos passaram o mês protestando.

Quixotes

Deputados do PT discutem como embolar a CPI da Funai e do Incra, dominada pela bancada ruralista. Sabem que será uma batalha quixotesca. Faltam aliados entre os próprios governistas. Irajá Abreu (PSD-TO), por exemplo, é filho da ministra da Agricultura Katia Abreu (PMDB-TO), nada simpática às demarcações de terras indígenas.

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