O timing da Lava-Jato passa pela ministra Cármen Lúcia. Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), a mineira terá de tomar nos próximos dias decisões cruciais, capazes de minimizar ou ampliar o atraso inevitável provocado pela morte trágica do ministro Teori Zavascki, relator do caso.
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As primeiras escolhas estão ligadas: a presidente homologa as delações dos dirigentes da Odebrecht até o final do mês, quando termina o recesso do Judiciário, ou deixa a missão para o novo relator, definido entre os demais ministros. Talvez o mais equilibrado seja a própria Cármen Lúcia homologar a colaboração, com auxílio dos assessores do gabinete de Teori, que conhecem as minúcias do processo e tinham a confiança do magistrado. Destravaria parte da investigação e daria uma resposta célere aos milhões de brasileiros que temem pelo destino da Lava-Jato.
Falta saber se a presidente aceita o protagonismo e se considera a saída juridicamente viável. Se ela passar a bola ao próximo relator, é imperioso que o escolhido seja conhecido nesta semana, para que ele mergulhe nos depoimentos. Ao definir que só indicará o novo integrante do STF depois de resolvida a questão da relatoria, o presidente Michel Temer reduz a pressão sobre o Planalto e aumenta a expectativa em torno de Cármen Lúcia.
O relógio da Lava-Jato está nas mãos da ministra.
Vaga
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O STJ vai ampliar a pressão para que o próximo ministro do STF saia da corte ou, ao menos, tenha carreira na magistratura. Como Teori passou pelo STJ antes de chegar ao Supremo, a vaga estaria na cota do tribunal.
Comitês
Deputados ligados à agricultura familiar articulam com sindicatos rurais, igrejas e associações comerciais a criação de comitês contrários à reforma da Previdência. Eles não aceitam as mudanças nas aposentadorias dos trabalhadores rurais, como o aumento de idade e novas regras de contribuição.
Preferência
Para a eleição da presidência da Câmara, cinco dos 16 deputados do Estado já definiram que votarão em Rodrigo Maia (DEM-RJ). A previsão do democrata, que precisa reverter uma liminar que barra sua candidatura à reeleição, é ter os votos de, pelo menos, metade dos catarinenses.
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