Guilherme Mazui: a carta de Dilma

Dilma Rousseff redige e avalia se torna pública, em até duas semanas, uma carta concebida para tentar mudar os rumos do impeachment. No texto, discutido com senadores aliados, como os ex-ministros Kátia Abreu (PMDB-TO) e Armando Monteiro (PTB-PE), a presidente afastada assume um compromisso: caso retorne ao Planalto, enviará ao Congresso a proposta de convocar um plebiscito sobre a realização de novas eleições. A intenção é virar votos no julgamento do impeachment, que terá duas votações em agosto, a derradeira ao final do mês. Senadores indecisos avisaram que só votarão a favor de Dilma se ela topar a consulta. Ciente, o interino Michel Temer intensifica o cerco aos mesmos indecisos. Seus generais garantem ter mais de 65 votos pela cassação de Dilma — são necessários 54. Com apelo, já que pesquisas demonstram que a maioria absoluta dos brasileiros gostaria de novas eleições, a proposta de consulta tem difícil execução. O plebiscito precisa ser aprovado no Congresso, onde Temer consolidou maioria. Para efetivar um novo pleito, Dilma e Temer teriam de renunciar ainda em 2016. Apesar das dificuldades, aliados da petista deixam um último argumento pró-carta: mesmo que o plebiscito não ande, vale assumir o compromisso apenas para ver Temer lidar com o constrangimento de ignorar uma ideia com apoio popular.

Leia as colunas de Carolina Bahia

Estreia

Em seu primeiro teste de urna, a Rede de Marina Silva lançará candidatos às prefeituras de São Paulo e do Rio de Janeiro — Ricardo Young e Alessandro Molon. Será uma tarefa hercúlea ter bom desempenho com magro fundo partidário e tempo de TV curto.

Acompanhe as últimas notícias sobre Política

Tour

Orientado por Michel Temer, o ministro Osmar Terra (Desenvolvimento Sócia e Agrário) partiu ontem para um giro pelo Nordeste. A missão: badalar em “território petista” o reajuste de 12,5% concedido no benefício do Bolsa Família, superior ao anunciado por Dilma.

Tour II

Em cada Estado, Terra visita a capital e uma cidade do interior. Ele passa por Alagoas, Pernambuco, Maranhão, Paraíba, Piauí e Bahia. Dias atrás, o ministro recebeu ligação de Temer, que pediu o tour. O interino quer reforçar que não terminará com o Bolsa Família.

Fique por dentro das últimas notícias do Diário Catarinense