Quem nunca se interessou sobre as lendas das bruxas em Florianópolis, se perguntou sobre o significado do nome de um bairro da Capital ou ouviu falar sobre a majestosa figueira da Praça XV? Há quase quatro anos o manezinho da Ilha, Rodrigo Stüpp, se propôs a apresentar a história de Florianópolis aos próprios moradores da cidade, além dos turistas interessados.

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Através de passeios guiados pela cidade, todos feitos a pé, o jornalista apresenta oito roteiros diferentes e, ainda, entrega conteúdo online através das redes sociais, com objetivo de valorizar a memória, a cultura e as pessoas da Ilha. Não é a toa que venceu o importante Prêmio Nacional de Turismo em 2019, com o Guia Manezinho.

Mesmo durante a pandemia, época em que os passeios foram cancelados, alimentou os seguidores das plataformas digitais com conteúdo. Há cerca de um mês, no entanto, descobriu um câncer e precisou refazer o próprio roteiro.

– Eu sempre digo que eu conto com vocês para levar as histórias de Floripa a diante, e agora a gente precisa fazer isso ainda mais juntos. Vocês, mais do que eu – começa Stupp, em vídeo gravado no IGTV.

É assim, que o guia de turismo convida os moradores da Ilha de SC, colegas, amigos, turistas e seguidores a dar continuidade ao projeto Guia Manezinho, enquanto cuida do que é mais importante pare ele neste momento: a própria saúde.

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– Recebi depoimentos de gente que veio em passeio meu, que me acompanha virtualmente faz mais de ano e isso é muito legal. Mas, o que queria aproveitar pra desenvolver, é que as pessoas contem suas memórias com os lugares, suas histórias com os lugares – explica.

Veja no vídeo como participar do projeto do Guia Manezinho enviando histórias de Florianópolis:

“Alto astral e otimismo”

Sempre bem-humorado, Stüpp diz que vai aproveitar o tempo do tratamento do câncer para se reconstruir, pessoalmente e profissionalmente:

– Valorizo muito o alto astral e o otimismo. Eu vejo isso como uma chance de lidar comigo de maneira mais profunda, com corpo, mente e espírito, e não vou perder essa chance de viver isso também. Se me perguntas se estou confiante, estou cada dia mais porque estou vivendo esses processos, recebendo carinho mas também lidando com as minhas sombras: medo, raiva.

Como um recado aos que enfrentam problemas de saúde, o guia destaca o que aprendeu meditando e mochilando sozinho por aí: “o que faz diferença não é o problema em si, mas como tu encaras”.

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– Permitir sentir sem julgamentos e com o apoio que recebo que é formidável. Tenho uma família amorosa, todo o sistema de saúde pública me atendeu com excelência desde o diagnóstico. E eu também preciso fazer a minha parte, que é me reconectar com todos esses sentimentos – destaca.