O catarinense Gustavo Kuerten fez sua última campanha de alto nível em Roland Garros há 15 anos, quando bateu Roger Federer e foi até as quartas de final do Grand Slam francês, uma das principais competições no mundo do tênis. Era o último ano antes do domínio de Rafael Nadal. Desde então, foram 11 títulos do espanhol e a conta deve aumentar na previsão do catarinense.

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Depois de derrotas inesperadas no saibro diante do italiano Fabio Fognini, em Monte Carlo, do austríaco Dominic Thiem, em Barcelona, e do grego Stefanos Tsitsipas, em Madri, Nadal levantou seu primeiro troféu da temporada no Masters 1000 de Roma, com direito a um pneu na final contra Novak Djokovic. A boa campanha na reta final da preparação e o histórico pesam a favor do atual número 2 do mundo. Com isso, Guga já tem sua aposta sobre quem irá ficar com o título.

— Se tiver que escolher um só favorito, ainda é o Nadal. É fácil de entender os motivos. Lá dentro, enquanto não perder, ele sempre será favorito. E daqui 10 e 15 anos, continua sendo da mesma forma — justifica Guga.

O tricampeão de Roland Garros – com troféus conquistados em 1997, 2000 e 2001 – vê a diferença diminuindo nos últimos anos e afirma que já não dá para ser tão enfático na hora de apontar, como em tantas outras oportunidades, que Nadal é dominante no saibro.

— É que antes não tinha conversa. 'Quem vai ganhar? Nadal!' Teve um ano em que o Djokovic foi considerado ali no mesmo nível, se não, era só Rafa o tempo inteiro — completa Guga, que põe o sérvio logo atrás na briga.

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Depois de três anos ausente, o suíço Roger Federer retorna ao saibro de Roland Garros nesta que pode ser uma de suas últimas aparições em quadra no torneio, onde foi campeão em 2009. Considerado por muitos o melhor jogador da história, ele caiu diante de Guga em 2004 e cinco vezes contra Nadal, a última delas em 2011.

— Para o Federer é muito mais difícil vencer em Roland Garros do que em qualquer outro Grand Slam, sempre foi assim. A cada ano ele tem que ser muito rápido e preciso, desgaste praticamente zero e avançar com facilidade. É muito improvável. Só que a gente está falando do Federer, o improvável é rotina para o cara, então não dá para descartar — diz Guga.

O retorno de Federer a Paris remete Guga à vitória de 2004, quando o adversário era o favorito e tinha uma chave favorável em busca do título. Naquele ano, o brasileiro vinha de sua primeira cirurgia no quadril e ainda assim venceu em sua última grande atuação em sets diretos, com triplo 6/4.

— Tenho em especial essa lembrança de conseguir superar um desafio imenso, um dos maiores que eu tive na minha carreira. Porque minha condição era bem limitada na época e o Federer era 10 vezes melhor, mais bem preparado — lembra Guga, que parou no argentino David Nalbandian naquele ano.

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— O último grande gostinho foi esse brilhantismo da vitória contra o Federer. Teve uma derrapada nas quartas de final, mas nem sempre vai bater todas e nesse caso, para mim foi até 2004. Definitivamente, a partir dali, nunca mais teve um momento de empolgação em nenhum outro Grand Slam — conclui o catarinense.

Federer e Nadal

Rafael Nadal terá como adversário na estreia em Roland Garros um tenista vindo do qualificatório na primeira e segunda rodadas, podendo encontrar o japonês Kei Nishikori nas quartas de final. Roger Federer ficou do mesmo lado da chave e eles podem se enfrentar nas semifinais.

O suíço estreia contra o italiano Lorenzo Sonego, número 73 do mundo, e tem em seu quadrante da chave o também italiano Marco Cecchinato, semifinalista em 2018. Nas quartas, pode encarar o compatriota Stan Wawrinka, campeão em 2015, ou o jovem grego Stefanos Tsitsipas, cabeça de chave 6.

Já o líder do ranking mundial de tênis Novak Djokovic fará a sua estreia no Grand Slam francês contra o polonês Hubert Hurkacz, 43º do mundo, podendo encontrar o alemão Alexander Zverev nas quartas de final, além do austríaco Dominic Thiem ou o argentino Juan Martin Del Potro nas semifinais.

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