A guerrilha Exército de Libertação Nacional (ELN) admitiu sua responsabilidade no ataque a uma academia de polícia em Bogotá, na Colômbia, que deixou pelo menos 21 mortos, evocando uma operação "lícita" em tempos de guerra. No mesmo comunicado, o ELN insistiu na retomada dos diálogos de paz enterrados pelo atentado de sexta-feira (18).

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— A operação realizada contra essas instalações e tropas é lícita dentro do direito da guerra. Não houve nenhuma vítima não combatente — alegou a direção nacional da guerrilha em um comunicado divulgado em sua página online, na madrugada desta segunda-feira (21).

O atentado com carro-bomba matou 20 estudantes da Escola de Cadetes da Polícia Nacional – o autor do ataque também morreu. Essa ação fez o presidente da Colômbia, Iván Duque, pôr fim à mesa de diálogo em curso em Havana.

Segundo o comunicado do ELN, a Escola de Cadetes da Polícia Nacional é uma instalação militar e, lá, "recebem instrução e treinamento os oficiais que depois realizam Inteligência de combate, conduzem operações militares, participam ativamente da guerra contrainsurgente e dão tratamento de guerra ao protesto social".

A guerrilha

Com cerca de 1,8 mil combatentes e uma extensa rede de apoio nas cidades, o ELN opera em vários dos 32 departamentos colombianos.

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Surgida em 1964 sob o impulso de Che Guevara, esta organização reivindica uma política nacionalista e é, junto com dissidências das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e grupos de traficantes de droga de origem paramilitar, o principal desafio de segurança pública no país.