O peruano Paolo Guerrero poderia ter saído como herói de sua primeira partida em Libertadores. Ele precisou de apenas cinco minutos para balançar as redes e ainda deu passe para Emerson garantir a vitória corintiana, mas o camisa 11, sem goleiro, acertou a trave. No fim, o empate por 1 a 1 com o San José-BOL, na estreia do atual campeão na competição, acabou ficando de bom tamanho, já que os 3.700 metros de altitude em Oruro favoreceram – e muito – os donos da casa.

Continua depois da publicidade

O resultado serviu para o Timão manter sua série invicta, que já dura 15 jogos (os outros 14 foram na edição do ano passado). A maior sequência da história foi obtida pelo Sporting Cristal-PER, nas edições de 1962, 1968 e 1969: 17 jogos.

O líder do Grupo 5 é o Tijuana-MEX, que bateu o Millonarios-COL por 1 a 0, fora de casa, na noite de terça-feira.

O Corinthians voltará a campo no próximo domingo, contra o Bragantino, pelo Paulistão Chevrolet. O jogo será às 16h, em Bragança Paulista. Pela Libertadores, o próximo compromisso será na quarta que vem, dia 27 de fevereiro, contra o Millonarios-COL, no Pacaembu.

O JOGO

Continua depois da publicidade

O atual campeão foi a campo disposto a mostrar que 3,7 mil metros de altitude não seriam suficientes para intimidar uma equipe invicta há 14 jogos na Libertadores. Bastaram cinco minutos para que Fábio Santos recebesse de Jorge Henrique e cruzasse da esquerda para Guerrero completar para as redes após furada de Emerson. O peruano marcou dez gols nas últimas 12 partidas que disputou. Os últimos cinco haviam saído de cabeça. Desta vez, foi com o pé.

Empolgado com a vantagem, o Timão correu até mais do que deveria. Emerson, por exemplo, deu um pique desnecessário tentando alcançar uma bola que já estava quase nas mãos do goleiro. A ousadia poderia ter definido a partida aos 8 minutos, quando Ralf cruzou e Paulinho chegou batendo para fora.

Embora o San José não tenha grande qualidade técnica, o ar rarefeito foi transformando o jogo aos poucos. Nos minutos finais do primeiro tempo, por exemplo, só os bolivianos jogaram. E insistiram em duas armas, aproveitando que a baixa resistência do ar deixa a bola mais venenosa: os chutes de longe e os cruzamentos, ambos sem muita eficiência. Quando os tiros foram precisos, surgiu Cássio. Foi assim em uma bomba de Saucedo e em um toque de calcanhar de Palacios.

O segundo tempo começou como o primeiro terminou e Cássio fez outra defesa boa aos 5 minutos, em chute de Torrico. Tite mexeu rápido, logo aos 13, mas por necessidade: Jorge Henrique saiu mancando e Renato Augusto entrou.

Continua depois da publicidade

Mas a alteração feita pouco antes por Marcos Ferrufino foi mais efetiva. García, que ganhara a vaga de Dury, cruzou da esquerda para Saucedo empatar, aos 15.

O Corinthians deu seus últimos suspiros com Emerson. Aos 20 minutos, ele recebeu passe açucarado de Guerrero e, sem goleiro, chutou na trave. No lance seguinte, novo passe do camisa 9 e nova chance desperdiçada pelo Sheik, desta vez menos “clara”. E foi justamente ele o escolhido para dar lugar a Alexandre Pato, aos 26 minutos. Na sequência, Paulo André saiu com dores e Felipe entrou.

Com o ritmo da equipe cada vez mais reduzido, Pato pouco conseguiu acrescentar. O fôlego de sobra, no entanto, não foi suficiente para o San José superar suas limitações técnicas e vencer. O jogo ficou morno e o empate foi “inevitável”.