Após meses de tensões crescentes, no dia 21 de fevereiro, Vladimir Putin ordenou que as tropas russas se movessem nas autoproclamadas repúblicas ucranianas de Donetsk e Lugansk, horas depois de reconhecer sua independência.

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A invasão da Rússia à Ucrânia, no dia 24 de fevereiro, deu início à primeira grande guerra na Europa em décadas.

Quais as motivações do conflito? Explicamos a seguir qual o objetivo do presidente russo, Vladimir Putin, com a guerra contra a Ucrânia, o número de guerras que a Rússia participou, seus motivos e os resultados.

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Autoproclamadas repúblicas ucranianas Donetsk e Lugansk
Autoproclamadas repúblicas ucranianas Donetsk e Lugansk (Foto: Reprodução)

Guerras que a Rússia participou

  • 2022 – Rússia ataca Ucrânia
  • 2015 – Intervenção na Síria
  • 2014 – Conflito na Ucrânia
  • 2008 – Guerra Rússia x Geórgia
  • 2007 – Guerra Civil na Inguchétia
  • 1999 – Guerra de Daguestão
  • 1994 e 1999 – Duas guerras na Chechênia
  • 1992 – Guerra na Abecásia
  • 1992 – Guerra Civil no Tajiquistão
  • 1990 – Guerra da Transnístria
  • 1989 – Conflito na Ossétia do Norte

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2022 – Rússia ataca Ucrânia

Segundo estudiosos, a tentativa de Putin de redesenhar o mapa da Europa corre o risco de se tornar o conflito mais devastador no continente desde a Segunda Guerra Mundial. A guerra está causando uma crise humanitária, com centenas, talvez milhares, de mortes de civis e com mais de 1,5 milhão de pessoas fugindo da Ucrânia até agora, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, tornando-se a crise de refugiados de crescimento mais rápido na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

A batalha contra a Ucrânia começou na manhã do dia 24 de fevereiro, quando o presidente russo, Vladimir Putin, fez um discurso e lançou o que chamou de “operação militar especial” no país, com ataques de várias frentes direcionados a várias cidades ucranianas.

Na ocasião, o presidente declarou que a Rússia não pode se sentir “segura, desenvolver e existir” por causa “de uma ameaça constante que emana do território da Ucrânia moderna”.

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> Entenda os motivos da guerra entre Rússia e Ucrânia

Vladimir Putin está em seu quarto mandato presidencial
Vladimir Putin está em seu quarto mandato presidencial (Foto: Banco de imagens/Pixabay)

Ele afirmou que seu objetivo era proteger as pessoas submetidas a bullying e genocídio e visar a “desmilitarização e desnazificação” da Ucrânia.

Da Chechênia à Síria, passando pela Ucrânia, a Rússia de Vladimir Putin está envolvida em uma série de guerras desde a queda da União Soviética, em 1991.

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2015 – Intervenção na Síria

A Rússia destacou suas forças armadas na Síria, em 2015, em apoio às forças do presidente Bashar al-Assad.

A intervenção da Rússia, especialmente com seu poder aéreo, mudou o curso do conflito a favor de Assad, permitindo que o regime de Damasco conseguisse vitórias decisivas, recuperando territórios que haviam sido perdidos para rebeldes e jihadistas.

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Moscou tem duas bases militares permanentes na Síria: o aeródromo de Hmeimim, no noroeste, e o porto naval de Tartus, mais ao sul.

Segundo o governo russo, mais de 63.000 militares russos foram enviados para a Síria.

2014 – Conflito na Ucrânia

Em 2014, após a revolução pró-União Europeia na Ucrânia, que expulsou o líder apoiado pelo Kremlin, Viktor Yanukovych, a Rússia retaliou anexando a península da Crimeia.

A anexação não foi reconhecida pela comunidade internacional.

Uma revolta separatista surgiu em Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, na fronteira com a Rússia. Eles declararam independência, desencadeando um intenso conflito armado com Kiev.

Kiev e o Ocidente disseram que a Rússia instigou a revolta oriental e despejou armas e tropas através da fronteira para apoiá-la.

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Moscou negou as acusações, embora reconhecendo a presença de “voluntários” russos.

O conflito diminuiu desde 2015 e a assinatura dos acordos de paz de Minsk.

Porém, desde o final de 2021, a Rússia intensificou as manobras militares, por via aérea, terrestre e marítima, em torno do território ucraniano, posicionando mais de 150.000 soldados em sua fronteira, segundo estimativas ocidentais.

No dia 21 de fevereiro de 2022, Putin reconheceu a independência das duas repúblicas separatistas – Donetsk e Lugansk – e ordenou que suas tropas se deslocassem para lá.

O conflito na Ucrânia deixou mais de 14.000 mortos desde 2014 – não incluindo as mortes no conflito de 2022.

2008 – Guerra Rússia x Geórgia

Em agosto de 2008, a Rússia e a Geórgia entraram em guerra por cinco dias pela Ossétia do Sul, uma pequena região separatista da Geórgia.

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Na noite de 7 para 8 de agosto, o exército georgiano lançou uma ofensiva mortal para retomar o controle da Ossétia do Sul, da qual havia perdido o controle desde o desmoronamento da União Soviética e uma guerra no início dos anos 1990.

A Rússia imediatamente revidou, enviando suas tropas para o território georgiano e rapidamente infligindo uma derrota retumbante à ex-república soviética.

O Kremlin então reconheceu a independência da Ossétia do Sul e da Abkhazia, outra província separatista.

Resultado: separatistas da Abecásia e da Ossétia do Sul ganharam o controle da maioria de suas reivindicações. O Conselho de Estado assumiu o controle da Geórgia propriamente dita.

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2007 – Guerra Civil na Inguchétia

A Guerra na Inguchétia começou em 2007 como uma escalada de uma insurgência na Inguchétia ligada ao conflito separatista na Chechênia. O conflito foi descrito como uma guerra civil por ativistas locais de direitos humanos e políticos da oposição, outros se referiram a ele como uma revolta. Em meados de 2009, a Inguchétia ultrapassou a Chechênia como a mais violenta das repúblicas do Cáucaso do Norte.

1999 – Guerra de Daguestão

A Invasão de Daguestão começou quando a Brigada Internacional Islâmica, sediada na Chechênia, uma milícia islâmica liderada por Shamil Basayev e Ibn al- Khattab, invadiu a vizinha república russa do Daguestão, em 7 de agosto de 1999, em apoio aos rebeldes separatistas da Shura do Daguestão. 

A guerra terminou com uma grande vitória russa e a retirada da Brigada Internacional Islâmica. A invasão do Daguestão foi uma das principais causas e serviu como casus belli para a Segunda Guerra Chechena.

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1994 e 1999 – Duas guerras na Chechênia

No final de 1994, depois de tolerar a independência de fato da República do Cáucaso por três anos, Moscou enviou tropas para colocar a Chechênia sob controle.

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Mas eles encontraram forte resistência e foram retirados do país em 1996.

Em outubro de 1999, eles foram enviados de volta sob o comando do primeiro-ministro Vladimir Putin, que seria eleito presidente.

Sua missão era uma “operação antiterrorista”, em resposta a ataques mortais na Rússia que foram atribuídos por Moscou aos chechenos e a um ataque de seus separatistas ao vizinho Daguestão.

Em fevereiro de 2000, o exército russo retomou a capital chechena Grozny, utilizando artilharia e ataques aéreos.

O movimento de guerrilha continuou. Em 2009, o Kremlin encerrou sua operação, após duas guerras nas quais dezenas de milhares de pessoas morreram em ambos os lados.

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Resultado: restauração do controle federal russo.

1992 – Guerra na Abecásia

A guerra na Abecásia, de 1992 a 1993, foi travada entre as forças do governo georgiano, em sua maior parte, e as forças separatistas da Abecásia, forças armadas russas e militantes do Cáucaso do Norte.

Resultado: limpeza étnica de georgianos na Abecásia.

1992 – Guerra Civil no Tajiquistão

A Guerra Civil no Tajiquistão começou em maio de 1992, quando grupos étnicos das regiões de Garm e Gorno-Badakhshan, que estavam sub-representados na elite dominante, se levantaram contra o governo nacional do presidente Rahmon Nabiyev.

O Presidente Emomalii Rahmon, o líder da UTO (Oposição Tajique Unida), Sayid Abdulloh Nuri, e o representante Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas, Gerd Merrem, assinaram o “Acordo Geral sobre o Estabelecimento da Paz e do Acordo Nacional no Tajiquistão” e o “Protocolo de Moscou” em 27 de junho de 1997 em Moscou, Rússia, terminando a guerra.

Resultado: impasse. Armistício patrocinado pelas Nações Unidas.

1990 – Guerra da Transnístria

A Guerra da Transnístria foi um conflito limitado que eclodiu em novembro de 1990 em Dubăsari entre forças pró-Transnístria, incluindo a Guarda Republicana da Transnístria, milícias e unidades cossacas, e apoiadas por elementos do exército russo e forças pró-Moldávias, incluindo tropas e polícia da Moldávia.

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Os combates se intensificaram em 1º de março de 1992 e, alternando com cessar-fogos, duraram toda a primavera e início do verão de 1992 até que um cessar-fogo foi declarado em 21 de julho de 1992. O conflito permaneceu sem solução, mas em 2011 as conversações foram realizadas com o auxílio da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) com a Lituânia mantendo a presidência rotativa.

Resultado: a Transnístria se tornou uma república independente, mas foi reconhecida internacionalmente como parte da Moldávia.

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1989 – Conflito na Ossétia do Norte

Foi um conflito interétnico na parte oriental do distrito de Prigorodny, na República da Ossétia do Norte-Alânia, que começou em 1989 e evoluiu, em 1992, para uma breve guerra étnica entre as forças paramilitares locais inguche e ossétia.

Resultado: ocorreu uma limpeza étnica da etnia Ingush do distrito de Prigorodny pela milícia da Ossétia.

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