O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a ameaçar renunciar ao cargo caso a reforma da Previdência proposta pelo governo Bolsonaro sofra alterações radicais no Congresso Nacional. O texto ainda é debatido na Câmara, onde congressistas estudam até um projeto próprio.
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— Pego um avião e vou morar lá fora. Já tenho idade para me aposentar — disse o ministro à revista Veja.
Guedes afirmou que uma "reforminha", como ele chamou uma proposta muito diferente da originada no governo, levaria a economia do país a um estado de caos já no próximo ano.
— Se não fizermos a reforma, o Brasil pega fogo. A velha Previdência quebrou. Não vamos ter nem dinheiro para pagar aos funcionários. Vai ser o caos no setor público, tanto no governo federal como nos estados e municípios — disse à revista.
Em março, Guedes deu declaração em tom semelhante, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
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— Eu venho para ajudar. Se o presidente não quer, se o Congresso não quer… vocês acham que vou brigar para ficar aqui? Estou aqui para servi-los — respondeu na ocasião ao ser questionado se ficaria no governo caso a reforma da Previdência não fosse aprovada.
— Agora, se ninguém quiser o serviço, vai ser um prazer ter tentado, não tenho apego ao cargo, como também não tenho inconsequência e a irresponsabilidade de sair na primeira derrota, desistir — disse à comissão.
Ainda nesta sexta-feira (24), pouco após a entrevista do ministro à Veja vir a público, o presidente Bolsonaro se manifestou em apoio a Guedes.
— É um direito dele, ninguém é obrigado a continuar como ministro meu. Logicamente, ele está vendo uma catástrofe, é verdade, eu concordo com ele (Guedes), se nós não aprovarmos algo realmente muito próximo ao que enviamos no Parlamento. O que Paulo Guedes vê, e ele não é nenhum vidente, nem precisa ser, para entender que o Brasil vai viver um caos econômico sem essa reforma — disse, em Recife (PE), em sua primeira visita ao Nordeste como presidente da República.
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