O ex-juiz colombiano Iván Velásquez afirmou nesta quinta-feira que permanecerá à frente da missão anticorrupção da ONU na Guatemala (Cicig), após sua frustrada expulsão do país por uma ordem presidencial que causou um terremoto político no país.
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“Continuaremos com nossas atividades e funções no cumprimento integral de nosso mandato, como foi realizado até agora”, declarou Velásquez em comunicado.
Este é o primeiro pronunciamento público do ex-magistrado colombiano desde que o presidente Jimmy Morales ordenou a sua expulsão no domingo passado, decisão que posteriormente foi anulada pelo órgão máximo de justiça.
O comissionado “ratifica, mais uma vez, o seu compromisso e a sua convicção na luta contra a corrupção e a impunidade na Guatemala”, acrescenta o comunicado.
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Velásquez agradeceu as manifestações de apoio recebidas nos últimos dias de parte de associações, autoridades indígenas, instituições e organizações nacionais e internacionais por seu trabalho à frente da Cicig.
“A Cicig foi e continuará sendo respeitosa ao estado de direito e ao marco jurídico guatemalteco”, acrescenta o texto do comunicado.
A Corte de Constitucionalidade suspendeu na terça-feira a ordem de Morales de expulsar Velásquez.
O governante justificou a sua decisão ao acusar o ex-juiz colombiano de ingerência na justiça e política local, além de extrapolar as suas funções.
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A decisão do chefe de Estado desatou um terremoto político e fez com que centenas de guatemaltecos saíssem às ruas para protestar.
Morales tomou esta ação dois dias após o comissionado e a procuradora-geral, Thelma Aldana, pedirem a retirada de sua imunidade presidencial por cometer supostas irregularidades nas finanças de sua campanha à Presidência em 2015.
O Parlamento europeu pediu ao governo e a Morales que permitam que a Cicig “desenvolva suas atividades sem interferências políticas para que possa cumprir o seu mandato”.
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“Esta decisão [do presidente] significaria um grave revés para a luta contra a impunidade e corrupção na Guatemala”, advertiu em comunicado a encarregada de Relações com a América Central do Parlamento europeu, Sofia Sakorafa.
* AFP