GUARDRAILS PARA PROTEGER

O caso ocorrido em Florianópolis serve de alerta para trechos municipais, estaduais e federais em todo o Estado. Que os responsáveis tomem medidas preventivas.

Depois da trágica manhã de sábado, quando duas jovens morreram em um acidente de carro em Florianópolis, é imprescindível que se faça um debate sério e responsável sobre as condições de segurança da SC-401, rodovia estadual que fica no perímetro urbano da cidade e que, além de caminho para as praias do norte da Ilha, tornou-se um disputado e valorizado corredor de negócios e serviços. A ocorrência repercutiu imediatamente nas redes sociais – e não só pela imensa comoção gerada pelo fato de que mais duas vidas tinham acabado de ser ceifadas pela violência no trânsito, com sonhos bruscamente interrompidos, e pela solidariedade à incomensurável dor das famílias. As circunstâncias peculiares do desastre – o carro foi atravessado por um guardrail localizado à margem direita da estrada – motivaram inúmeras manifestações com pertinentes questionamentos sobre a efetiva manutenção dos equipamentos idealizados para garantir maior segurança a motoristas e pedestres.

É uma questão importante na discussão sobre a segurança no trânsito. Temos que reforçar, sempre que possível, a recomendação para que não se consuma bebida alcoólica antes de dirigir – sem concessões. E precisamos alertar para que motoristas sejam prudentes e responsáveis ao pegar a estrada. Mas não podemos transigir também com eventuais omissões do poder público, seja no trabalho de manutenção das vias ou dos equipamentos seja em ações como blitze constantes por parte das guarnições policiais.

Questionado pelo Diário Catarinense no fim de semana, o Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) – o órgão responsável pela rodovia – preferiu esperar o laudo da Polícia Rodoviária Militar antes de fazer uma manifestação oficial sobre o assunto. O Deinfra assegura, porém, que as estruturas passam por vistorias regulares e estão dentro das regras determinadas pela legislação. Aquele guardrail não estava. Com a extremidade apontada para os carros? Não parece haver dúvida de que estava mal colocado, pois eles são idealizados para proteger quem se descuida, e não para ferir.

O acidente ocorrido em Florianópolis serve de alerta para trechos municipais, estaduais e federais em todo o Estado. Que os responsáveis tomem medidas preventivas imediatamente e não esperem por tragédias para avaliar, por exemplo, se os guardrails instalados ao longo das rodovias estão efetivamente cumprindo sua função ou, em alguns casos, tornando-se riscos ainda maiores para os condutores. No choque de sábado, foi letal.

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