Continua indefinida a situação da Guarda Municipal em Florianópolis. No dia 1° de julho, a Polícia Federal cancelou o convênio com a prefeitura que permitia o porte de armas pelos agentes. A alegação é de que faltam horas/aula de cursos de tiros e documentações que comprovem a existência de ouvidoria e corregedoria pelo órgão. Desde então, os agentes decidiram não atuar nas ruas. Na quarta-feira, a Secretaria de Segurança Pública informou que cortaria os 30% extra do salário que os agentes recebem por risco de vida (obrigatório por lei para este tipo de profissão) e as horas extras. Com isso, os profissionais decidiram voltar a ocupar postos de trabalho operacionais. Na noite de quarta, eles já foram vistos pelas ruas da cidade. Mas a novela ganhou um novo capítulo nesta quinta. Em uma assembleia realizada à tarde, os agentes decidiram iniciar estado de greve até que a situação seja resolvida. Se, até domingo, o porte de armas não for liberado, a paralisação começa.
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O presidente do Sindicato dos Guardas Municipais de Santa Catarina, Alexsandro Coelho, que era contrário à decisão de retomado do trabalho sem arma, explica que será seguido o procedimento legal.
— Ontem (quarta) voltaram ao serviço, mas em alguns postos pré-determinados, que gerassem menos riscos. Hoje foi feita assembleia geral e a maioria votou pelo estado de greve. Até o final do dia estaremos notificando a prefeitura da decisão. Vamos dar prazo de 72 horas, previsto por lei, e se até domingo isso não for resolvido, eles entram em greve propriamente dita —_ esclarece.
O secretário de Segurança, José Paulo Rubim Rodrigues, questiona a ameaça de paralisação.
— É greve contra quem e qual o motivo? O porte pode levar uns quatro meses até o fim do curso, então vão ficar quatro meses sem trabalhar? — pontua. Ele afirma que, se for preciso, a secretaria entrará com ação judicial contra a greve.
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A prefeitura ainda aguarda a resposta da Justiça sobre a medida cautelar apresentada para que o porte de armas não seja proibido até o fim do curso. Segundo o secretário, há a expectativa de que uma decisão seja tomada ainda nesta quinta-feira.
O comandante da Guarda Municipal de Florianópolis, Alex Silveira, garante que, neste momento, o serviço está normalizado.
— Tem um trâmite. Mesmo que ocorra greve, 30% do efetivo vai trabalhar, conforme a legislação.