Depois de passar pelos enfeites de Natal que não foram usados este ano na decoração das ruas de Blumenau, driblar as alegorias dos desfiles natalinos e se espremer em uma fresta do tapume que divide o galpão alugado pela prefeitura no bairro da Velha, a reportagem do Santa encontrou os bens do antigo Frohsinn.

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Empilhados e empoeirados eles estavam todos lá. São engradados com garrafas de refrigerante, mesas e cadeiras de canela, geladeiras e o piano da marca Essenfelder. Geraldo Pfiffer, fiel depositário dos bens, guarda o instrumento com carinho sob lençóis de cor laranja.

Apesar do zelo, o tempo castiga. Há dois anos e um mês no canto do depósito o piano já começa a ter uma das extremidades de madeira aberta. Pfiffer revela que na época da reintegração de posse do restaurante o instrumento foi avaliado em R$ 9 mil. Para o fiel depositário o instrumento vale mais. Segundo a Justiça do Trabalho, os bens penhorados somam R$ 73,8 mil.

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O futuro exato do piano que durante mais de uma década embalou os jantares no Frohsinn é incerto. Por causa de dívidas trabalhistas o município não pode intervir no processo de leilão de bens. O diretor de contencioso judicial da Procuradoria Geral do Município, Romualdo Paulo Marchinhacki, explica que o crédito trabalhista tem prioridade perante a dívida que o antigo vencedor da concessão tem com o município e, por este motivo, a ida do piano para a Fundação Cultural foi cancelada.

Agora, o destino dos objetos penhorados _ incluindo o piano _ é o leilão. O valor será usado na quitação do débito trabalhista. O valor da dívida, bem como a data do leilão, ainda são desconhecidos.