Quem entra na ilha de Florianópolis provavelmente já encontrou Charles Perfeito, o guarda municipal que fica na cabeceira da ponte Pedro Ivo, e costuma acenar para os que passam pelo trecho. Em um dia de trabalho, Charles encontrou a família de Cauê, e salvou o menino que precisava urgentemente de socorro, abrindo o caminho em meio ao congestionamento. As informações são da NSC TV.

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O pai de Cauê, Alexandre Schmitz, conta que o menino possui acondroplasia, um tipo de nanismo, que no caso dele, acarretou em hidrocefalia. Os detalhes do dia em que a família levou um susto ainda são claros. 

— Eu estava tomando café da manhã, pronto pra começar o dia. Ele tomou o leite dele, assim que tomou, virou para o lado e vomitou tudo que tinha tomado e apagou. Simplesmente apagou — lembra o pai.

Ele e a esposa, Ana Paula Cazarré, correram com o filho desacordado para o carro. A família em São José, e naquela manhã corria para o Hospital Infantil Joana Gusmão, na Capital. Como é comum nas manhãs da Grande Florianópolis, o trânsito para entrar na ilha estava intenso. Quando chegaram perto da ponte, encontraram um congestionamento. Nesse momento, a família encontrou Charles. 

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— Eu parei o carro e pedi socorro. Prontamente ele pulou na moto, passou o rádio e disse “vem atrás” — descreve.

Imediatamente, o guarda municipal acionou colegas, que se mobilizaram para abrir o trânsito até o hospital. Com a moto na frente do veículo que levava Cauê, eles entraram na ilha.

— Ele disse que queria ir para o Hospital Infantil, eu acionei as viaturas que estavam na proximidade e a gente faz o deslocamento em situação de emergência — fala Charles.

— A gente foi revezando, trancando os cruzamentos e os semáforos, colocava a moto bloqueando o fluxo dos veículos pra que o Charles passasse com o veículo em direção ao hospital — explica o colega, Getúlio Filho. 

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A mãe da criança ainda lembra o sentimento de desespero. 

— É dificil de explicar, porque a gente tá nessa situação, abrindo o trânsito tentando passar, vendo essa loucura e teu filho desacordado — fala Ana Paula. 

Cauê entrou no Hospital Infantil desacordado, nos braços do pai, que conta que a equipe médica atendeu prontamente. O menino precisou passar por uma revisão na válvula que libera a pressão no cérebro. 

De acordo com Melina Moré, neurocirurgiã, a criança corria risco de morte. 

— Uma vez a válvula não funcionando, a criança acaba desenvolvendo hipertensão intracraniana, podendo levar a sequelas neurologicas como; crises convulsivas, paralisia de alguma parte do corpo, cegueira permanente, coma e morte — pontua Melina. 

A médica ressalta que o rápido deslocamento foi fundamental para evitar os danos cerebrais. E a vitória da família, também foi dividida com os guarda municipais que participaram do momento. 

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— O sentimento de dever cumprido de alegria, de saber que na nossa profissão a gente pode ajudar pessoas que realmente precisam. E o sentimento de felicidade, de que a gente tá fazendo o trabalho certo — afirma o guarda municipal Getúlio.

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Os pais respiram aliviados. 

— Nessa hora a gente não é nada, nada. Depende completamente de outras pessoas. Conseguimos vencer mais essa, é esse o sentimento que a gente consegue passar. Mais do que isso, inexplicável — completa o pai de Cauê. 

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