Na semana passada, o ‘AN‘ mostrou a curiosa e anônima iniciativa na qual peças de roupas foram deixadas em cabides no ponto de ônibus em frente à rodoviária de Joinville com dois recados: quem precisasse do agasalho, que ficasse à vontade para pegar; quem tivesse interesse em contribuir com a ação, que deixasse ali também uma peça para ajudar na corrente.
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Revelada a boa ação, tivemos uma enxurrada de comentários elogiosos à iniciativa nas diversas redes. Tomara que na mesma proporção estes missivistas modernos se tenham aberto a praticar algum ato de generosidade, qualquer um, do modo que imaginarem.
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Admirar o bem feito é bom. Ajudar a construir, muito melhor. E a ‘campanha’ nos pontos de ônibus ensina que também dá para usar a criatividade. Ontem pela manhã, constatei a mesma iniciativa na parada de coletivos em frente ao Hospital Regional – o que garantiu o tema do dia. Não me detive, afinal, estava no trânsito, apenas olhei rapidamente para umas peças penduradas e constatei tratar-se da mesma ideia. Não faço conta se os autores da ação da semana passada são os mesmos desta, se há mais lugares ‘atendidos’.
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O que fica é a lição da ajuda, do pensar nas pessoas. Há diversas campanhas em curso para agasalhar pessoas nesta época em que o frio se instala. Acho que tudo a gente se preocupa em juntar demais. Roupa deve ser a campeã. Aquela pequena montanha que se olha indeciso sobre o que usar. E acaba usando quase sempre a mesma peça.
Então, para que tanto? Guarda-roupas sempre abrigam um pouco de egoísmo. Involuntário, na maior parte das vezes. Inconsciente, talvez. É um bom lugar para praticar o tal desapego.
Há um tempinho, cobramos a filha para tratar melhor uma coleção de bonecas. Diante de sua pouca disposição àquela responsabilidade de limpar e ajeitar, visto que a época de trocar roupinhas e escovar cabelos já tinha passado, propusemos destinar as dúzias de brinquedos a algo mais relevante que uma prateleira desbeiçada. Caminho aberto, foi uma festa quando os pacotes chegaram à ação social da comunidade.
É uma realização para o espírito. Destinar, dar aproveitamento, prover. É possível contribuir, minimamente que seja, para um ambiente menos individualista. Ideias simples, surpreendentes até, ajudam a olhar melhor nesta direção.
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