Dormir fora de casa com muitas incertezas. Esta foi a realidade para os 310 desabrigados em Guaramirim. O município decretou calamidade pública no último domingo por causa dos prejuízos ainda não calculados dos mais 300 mm de chuva. Foi preciso abrir seis abrigos para acomodar a população, que saiu às pressas de suas casas.

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Com 80 anos, Benta Luiza de Souza e seus dois filhos deixaram para trás sua casa e seus pertences com a ajuda dos bombeiros militares. Para ela, que mora há 20 anos no mesmo lugar, não havia perigo da água chegar até lá.

– Conseguimos erguer tudo, mas a água nunca chegou próxima da minha casa. Agora, estou aqui esperando meu filho limpar tudo para podermos retornar e ver o que perdemos – conta.

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À tarde, a situação na cidade era de uma faxina geral. As pessoas que estavam nos abrigos foram até suas casas para visualizar os estragos. A Defesa Civil informou que muitos dos desabrigados voltam à noite para dormir no alojamento, por isso os números não foram atualizados.

– Iremos concentrar todos os desabrigados em um único local, na Escola Almirante Tamandaré – informou o comandante do batalhão de Ajuda Humanitária da Polícia Militar, Adilson Schilckmann Sperfeld.

Algumas comunidades continuam com alagamentos e pessoas isoladas, como Guaramiranga, Avaí, Bananal Ribeirão do Salto e Caixa D?Água. Porém, o rio baixou consideravelmente durante a segunda-feira. Segundo assessoria da Defesa Civil, as famílias estão sendo atendidas pelos órgãos competentes. No Centro e em outros bairros, a água ficou represada dentro de casas e terrenos.

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Vencelaus Kowalski, de 89 anos, perdeu todas suas roupas e eletrodomésticos durante o alagamento.

– A força da água assustou. Nunca vi tanta água e vindo de tantas direções. Um vizinho com um bote nos tirou de casa – contou o morador.

Ponte do trabalhador

Das três pontes que estavam interditadas, apenas uma continua fechada: a ponte do Trabalhador. A Defesa Civil registrou cerca de 140 ocorrências e contou com o apoio do Corpo de Bombeiros Militar de Itajaí e Balneário Camboriú, Polícia Ambiental, de policiais militares do 14º Batalhão e batalhão de Ajuda Humanitária da Polícia Militar.

O prefeito Lauro Fröhlich afirma que o município não tem condições financeiras para reparar todos os prejuízos. Para ele, será necessário a ajuda de recursos do governo de Santa Catarina.

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– Não havia medidas que pudéssemos ter feito antes para conter as águas, foi muita chuva. Em Guaramirim, ocorre o entroncamento de três rios: Itapocu, Itapocuzinho, Jaraguazinho, por isso, o volume de água foi maior ainda.