Se no passado o Guanabara ainda era confundido com as regiões vizinhas, nos últimos anos os moradores têm visto o bairro se valorizar e reforçar sua identidade na zona Sul de Joinville.
Continua depois da publicidade
Com pouco mais de três quilômetros quadrados de área, as paisagens do Guanabara indicam que tamanho não é documento quando o assunto é diversidade. O cenário é desenhado por indústrias e comércios que contrastam com o verde das montanhas e dos rios que contornam o bairro. Na lista de vantagens por morar no Guanabara, uma é unanimidade entre os moradores: estar pertinho do Centro.
São apenas 2,85 quilômetros de distância até o coração da cidade. Talvez por isso os imóveis da região têm valorizado na proporção em que a cidade se expande.
Um terminal de ônibus próprio garante o vaivém para os outros cantos de Joinville. Mas nem é preciso ir muito longe para cumprir os afazeres do dia a dia. O setor de serviços é extenso e o comércio é variado.
Tem lanchonetes, restaurantes, supermercados, oficinas e tudo mais que um bairro precisa. Mesmo sem banco, uma agência lotérica na rua Graciosa dá conta do recado. Aliás, são as ruas Graciosa e Guanabara que fazem o bairro pulsar. Pelas duas vias passa a maior parte dos moradores e dos motoristas que atravessam o bairro a caminho de outras regiões. A maioria das outras ruas é calma até nos horários de pico.
Continua depois da publicidade
A tranquilidade do trânsito é parecida nas estatísticas de segurança. Faz mais de dois anos que nenhum homicídio é registrado no Guanabara, por exemplo. As quatro escolas da região também mantêm a educação em dia.
Mas, se dependesse dos moradores, poderia haver mais um centro de educação infantil (CEI) para atender à criançada. Por enquanto há apenas dois CEIs no Guanabara. Também faltam melhores opções públicas de lazer para quem vive no bairro.
Uma esperança é a concretização do Parque da Cidade, projetado para ser construído nos arredores da Arena Joinville, que é vizinha do bairro – quando pronto, o parque terá trilhas ecológicas, parque infantil e equipamentos para a prática de esportes. A previsão era de que as obras começassem este ano, mas o projeto ainda não passou da licitação e depende de desapropriações de terra.
Outra preocupação de quem mora no Guanabara são os alagamentos, principalmente na rua Florianópolis. Centro urbano confunde-se com verde das montanhas e com os rios que contornam o bairro
Continua depois da publicidade
Uma paixão de 70 anos
A história de vida do aposentado Bruno Ramos (foto), o “seu Nico”, se confunde com o passado e o presente do lugar que ele escolheu para viver. Aos 94 anos, Nico é um dos poucos moradores que conheceram o bairro na época em que carroças e charretes cruzavam a rua Guanabara.
Faz cerca de 70 anos que ele casou e decidiu viver com a mulher naquela região. Foi no Guanabara que Nico criou os filhos e viu seus netos, bisnetos e trinetos crescerem. Naquela época, o bairro nem tinha o nome atual.
– Mudou muita coisa, né? Hoje em dia está tudo mais perto. Nosso bairro melhorou e já tem quase tudo -, diz.
Ele compara o presente com um passado em que a rua Florianópolis era separada por uma ponte improvisada com dois coqueiros.
Continua depois da publicidade
– A gente passava por cima do tronco mesmo. Naquela época, o rio era importante. Tinha muito estivador nessa região -, recorda.
As mudanças tornaram o Guanabara mais populoso e movimentado.
Mas o prazer de morar no bairro até cresceu com as transformações. A diferença é que, agora, seu Nico precisa ficar mais atento quando caminha pelas ruas.