O nível do Guaíba voltou a recuar, mas segue acima dos 4 metros de acordo com a medição deste sábado (25). Já na região de Pelotas, a Lagoa dos Patos voltou a subir, e atingiu a marca de 2,12 metros. Mais duas mortes por conta das chuvas foram informadas pelo governo do Rio Grande do Sul, chegando ao número de 166 vítimas. As informações são do g1.

Continua depois da publicidade

Siga as notícias do NSC Total pelo Google Notícias

Na tarde de sábado, o Guaíba chegou a 4,09 metros, tendo recuado mais de 20 centímetros desde sexta-feira (24), quando atingiu 4,32 metros. A cota de inundação do lago é de 3 metros, e desde o início das cheias a situação de normalidade ainda não foi recuperada. Dessa forma, diferente regiões de Porto Alegre seguem inundadas.

A prefeitura usou sacos de areia para fechar comportas, na tentativa de evitar que a água retornasse para a cidade.

De acordo com pesquisadores do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS, as inundações devem seguir em níveis elevados nos próximos dias.

Continua depois da publicidade

“O nível do Guaíba deve manter-se elevado na casa dos 4 metros nos próximos dias, devido à persistência do vento sul no final de semana e pelos volumes afluentes dos rios na próxima semana em resultado das chuvas ocorridas e previstas, prolongando a cheia”, destaca o IPH.

O rompimento de uma adutora na Zona Norte interrompeu o fornecimento de água potável para 14 bairros da região. O Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE) disse que as obras seriam feitas neste sábado, e o abastecimento retomado no domingo (26).

Um novo vazamento no dique que contém as águas do Rio Gravataí e do Arroio Feijó, no bairro Sarandi, foi registrado, e a água voltou a transbordar na sexta-feira. Foram instaladas bombas da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para retirar o acúmulo de água do local.

Os bairros Farrapos e Humaitá, também na Zona Norte, devem receber bombas semelhantes no domingo.

Investigação

Uma investigação preliminar sumária (IPS) irá apurar, de forma urgente, problemas no sistema de bombeamento de água da cidade de Porto Alegre. A abertura da investigação foi determinada ao DMAE pela prefeitura.

Continua depois da publicidade

Documentos de 2018 e 2023 teriam revelado que engenheiros da prefeitura alertaram para a necessidade de reparos em casas de bombas, porém os problemas nunca foram selecionados.

Outro documento indicou que a falha no sistema de proteção contra inundações de Porto Alegre ocorreu por falta de manutenção. Somente 11 das 23 casas de bombas estavam funcionando neste sábado.

Lagoa dos Patos voltou a subir

Em Pelotas, no Sul do estado gaúcho, o nível da Lagoa dos Patos voltou a subir. A medição deste sábado indicou que o nível estava em 2,12, sendo que a cota de inundação no município é de 1,40 metro.

Na Praia do Laranjal, há alagamentos na área próxima ao trapiche, e a empresa de saneamento abriu canais para que a água escoe das ruas para a lagoa.

Continua depois da publicidade

Por conta da falta de energia elétrica, ainda não foi possível ligar novamente a casa de bombas. Moradores de áreas de risco devem aguardar antes de retornar para casa. Já no Canal São Gonçalo, que faz a ligação entre as lagoas dos Patos e Mirim, o nível está em 2,88 metros. Trabalhos de reparo foram feitos após rachaduras surgirem em um dique.

Congestionamento no “corredor humanitário”

O chamado “corredor humanitário”, criado para a chegada de veículos de emergência, caminhões e donativos até o Centro Histórico de Porto Alegre, congestionou neste sábado. Filas de 7 quilômetros foram registradas na via, aberta também para desafogar a RS-118, principal acesso à Região Metropolitana de Porto Alegre.

O caminho permite a chegada e saída da região central através da Avenida Castelo Branco, em direção à BR-290, a Freeway. Por conta das filas, motoristas levaram cerca de 1 hora em um trecho que normalmente não levaria mais de 10 minutos.

Atualmente, Porto Alegre conta com dois corredores, um pela rua da Conceição (entrada) e outro pelo Largo Vespasiano Veppo, na Rodoviária (saída). Um terceiro acesso está em construção na Zona Norte para permitir o ingresso na Freeway pelo bairro Sarandi. A via, de 300 metros, deve ser liberada até segunda-feira (27)).

Continua depois da publicidade

Apesar de ser preferencial para veículos de emergência, os “corredores humanitários” também podem ser utilizados por carros de passeio, explica a prefeitura de Porto Alegre.

Vale do Taquari

Na cidade de Cruzeiro do Sul, no Vale do Taquari, moradores não sabem quando poderão voltar para casa. Cerca de 300 habitantes do bairro Morro da Toca dos Corvos receberam um alerta de risco de deslizamento na madrugada de sexta, e foram evacuados do local.

— Foi um susto. Meia-noite, por aí, todo mundo precisou sair da casa. Pegar o principal e sair da casa — relata Jonas Loeblein, professor de educação física.

A cidade é uma das mais afetadas pela tragédia, e registrou 12 mortes durante as chuvas. De acordo com o coordenador da Defesa Civil, Adeildo Melo, 60 casas tiveram rachaduras na localidade. Será preciso aguardar o fim das chuvas para avaliar a situação. Parte do centro da cidade foi interditada, e passou a ter o acesso controlado pela polícia durante o final de semana

Continua depois da publicidade

Leia também

Conheça o parque alagável que é alternativa contra enchentes em cidade de SC

Especialistas explicam se pessoas atingidas pelas chuvas no RS são refugiados climáticos