Os principais grupos palestinos reunidos durante dois dias no Cairo, pediram nesta quarta-feira (22) a organização de eleições-gerais na Cisjordânia e na Faixa de Gaza até o final de 2018.
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Em um comunicado final, os participantes do encontro, principalmente Fatah e Hamas, fazem um chamado “à Comissão Eleitoral e às partes envolvidas nos preparativos para as eleições presidenciais e legislativas antes do final de 2018” e “pedem ao presidente Mahmud Abbas [para] fixar uma data para estas eleições, após consultas com todas as forças políticas”.
O comunicado desta quarta-feira também elogia o acordo de unidade alcançado em outubro entre Hamas e Fatah com o objetivo de por fim às tensões entre os dois, que vieram se intensificando há dez anos, e no cumprimento do qual o Hamas cederá o controle da Faixa de Gaza em 1º de dezembro.
Os diálogos no Cairo, que começaram na terça-feira e serão celebrados a portas fechadas, visavam a impulsionar os esforços de reconciliação e contaram com a participação de representantes de 13 partidos políticos.
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Segundo o comunicado, o acordo de unidade entre o Hamas e o Fatah, patrocinado pelo Egito, é um “início realista para terminar com as divisões”.
Destaca a “importância de eliminar todos os obstáculos diante dos esforços do governo para assumir imediatamente suas responsabilidades com o nosso povo”.
Nos Territórios Palestinos não são celebradas eleições parlamentares desde que o Hamas assumiu o controle de Gaza, em 2007, que até então detinha o Fatah, o partido que domina a Autoridade Palestina, no poder na Cisjordânia.
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Líderes palestinos e internacionais esperam que a aplicação do acordo sirva para atenuar as dificuldades dois dois milhões de habitantes da Faixa de Gaza, que vivem em uma grave pobreza e desemprego.
A divisão entre facções palestinas é considerada um dos maiores obstáculos para a realização de negociações de paz significativas com os israelenses.
Estas enfrentam vários entraves, em especial o futuro do braço armado do Hamas, que travou três batalhas contra os israelenses desde 2008.
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O fato de a sede do governo palestino, com maioria do Fatah do presidente Mahmud Abbas, estar em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, também tem dificultado a eliminação das sanções que afetam Gaza, entre elas o acesso reduzido à eletricidade.
* AFP