Auge da celebração das tradições colonizadoras no Sul do Estado, a Festa das Etnias é um dos traços marcantes da identidade de Criciúma e, em seus 27 anos, recebe pessoas de todo o Estado. Apesar do clima de celebração, os preparativos deste ano foram marcados por um conflito entre a organização e grupos folclóricos locais.
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Festa das Etnias resgata tradições de Criciúma
O Grupo de Danças Folclóricas Alemãs, Immerfroh, e o Grupo Folclórico de Dança Italiano, Valsugana – que marcam presença desde as primeiras edições da Festa das Etnias – anunciaram que não participarão do evento este ano. O presidente do Immerfroh, Geovane Westrup, afirma que problemas recorrentes nos últimos anos apontam para o descaso da Fundação Cultural de Criciúma (FCC), que organiza o evento.
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– Percebemos que a festa perdeu a essência familiar e comunitária, deixando de lado o verdadeiro sentido do resgate e preservação cultural dos povos colonizadores da região – diz.
Conheça cada uma das etnias de Criciúma
Os grupos, sem fins lucrativos, participavam gratuitamente da festa. Eles reclamam que não recebiam qualquer ajuda de custo, como transporte até o evento, por exemplo. Além disso, queixam-se de ser incluídos na programação sem um convite ou aviso prévio.
– Eles não nos avisavam. Nós ficávamos sabendo pelos panfletos de divulgação da festa. O desrespeito é grande – conta Westrup.
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Grupos folclóricos no palco secundário
Outro problema deste ano foi a divisão de palcos, que sugeriu que os grupos se apresentassem em um tablado no hall de entrada da festa, onde a permanência do público é menor, enquanto grupos de fora do Estado se apresentam em um palco principal dentro do pavilhão. Essa é a principal reclamação do Grupo Valsugana, que considera que há uma desvalorização das tradições e de grupos étnicos locais.
O Valsugana demonstrou indignação também devido à participação de um grupo ucraniano da Argentina ter sido escolhido para fazer a apresentação de abertura, etnia que não faz parte da colonização de Criciúma, e foge ao mote da festa.
O presidente da FCC, Júlio Lopes, justifica que os grupos, mesmo que independentes, são responsabilidade das Entidades Étnicas, filiadas à fundação, que participam da organização da festa.
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– Se eles não vêm, são problemas que eles tiveram com a etnia (Entidade Étnica) deles. É um problema das entidades e não da FCC. Inclusive, ainda pedi que eles viessem aqui, eu daria o espaço que eles quisessem, o horário que eles quisessem. Mas eles disseram que realmente não têm interesse – argumentou.
Com a desistência dos grupos folclóricos Immerfroh e Valsugana, outras atrações representarão as etnias alemã e italiana na 27ª edição da festa em Criciúma.