A disseminação de notícias falsas em grupos de WhatsApp de evangélicos é o tema de uma pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O estudo apontou que 92% dos entrevistados participam de grupos ligados à religião e 30% sabiam que estavam compartilhando fake new, mas o fizeram, entre outras razões, porque corroboravam uma crença ou opinião pessoal. Além disso, a confiança na fonte da noticia contribuiu para o compartilhamento.
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A pesquisa foi realizada em 2018 e ouviu quase mil evangélicos entre 18 e 60 anos de forma presencial nas cidades do Rio de Janeiro e Recife. Em entrevista ao CBN total, a coordenadora executiva do trabalho Juliana Dias Rovari Cordeiro deu detalhes sobre o estudo.
– A pesquisa buscou comprender como a desinformação circula nos grupos de WhatsApp de evangélicos porque eles representam 31% da população e têm a característica de atuar de forma organizada. A gente percebeu que o fator da confiança, de conhecer a fonte, como um pastor, um líder religioso, um irmão da igreja, é preponderante para disseminar uma informação que seja falsa ou um conteúdo suspeito – explicou Juliana.
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A pesquisadora faz parte do Grupo de Estudos sobre Desigualdades na Educação e na Saúde (Gedes) do Instituto Nutes de Educação em Ciência e Saúde da UFRJ. Conforme Juliana, os grupos são criados para compartilhar informações ligadas às práticas religiosas, como ministério de mulheres crianças e idosos.
– Nosso interesse é em coletividades que atuam de forma organizada, a partir de vínculos comunitários, de proximidade e como essa organização contribui ou facilita a disseminação de desinformação neste ambiente virtual – pontuou.
Motivação
Embora saibam que a notícia é falsa, muitos entrevistados compartilharam mesmo assim, segundo a pesquisadorra.
– A gente tem uma porcentagem de 8% que compartilham com a intenção de corroborar sua ideia, seu valor, opinião ou crença. Ou seja, mesmo sabendo que é uma notícia falsa, o fato de estar alinhada com seu posicionamento é motivo de compartilhamento de desinformação.- pontuou.
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Com a pesquisa foram levantadas também as razões para o compartilhamento da notícia falsa.
– Pode ser pelo desconhecimento ou para corroborar sua ideia, seu valor, opinião ou crença. Outro motivo é para alertar que é a notícia é falsa. Toda vez que a informação falsa circula, quando a informação verdadeira chega, ela não ela não tem o mesmo alcance, então o estrago é muito maior – declarou Juliana Dias Rovari Cordeiro.
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