O tema da tarifa zero deve ser colocado em pauta durante audiência pública sobre o processo de licitação do transporte coletivo de Joinville, que acontece na noite desta quinta-feira (14), na Câmara de Vereadores.
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A ideia será apresentada pelo Observatório Urbano de Joinville, que discute transporte coletivo, moradia e infraestrutura na cidade. À CBN Joinville, o professor Hernandez Eichenberger, integrante do grupo, aponta ser necessário tornar o serviço de ônibus gratuito e administrado pelo Estado, como acontece com a saúde, segurança e educação pública, por exemplo.
— Pensar um transporte que realmente atenda as demandas da população. Um projeto mais ousado para o transporte público se tornar mais forte. Caso contrário, nós vamos ter uma cidade cada vez mais lotada de carros, poluição e acidentes — argumenta.
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No atual modelo de transporte administrado por empresas privadas, Hernandez diz que o município vive um círculo vicioso, no qual quanto mais se aumenta a tarifa de ônibus, mas se expulsa usuários; e quanto menos usuários, mais caro o transporte se torna. Sem tarifa, ele afirma que a economia da cidade seria beneficiada.
— O dinheiro gasto na tarifa poderia ir para lojas do bairro, lanchonete, restaurante, cinema, etc. Há uma aplicação desses valores de maneira significativa no comércio local — explica.
Entre as medidas anunciadas pela prefeitura envolvendo o processo licitatório, está a construção de um novo terminal, ônibus com internet e ar condicionado, carros para transporte de deficientes e aumento de 18 veículos na frota, por exemplo. O edital de licitação deve ser lançado até fevereiro de 2024.
Críticas ao modelo de licitação
Apesar do Observatório Urbano de Joinville apoiar a ideia de licitação no transporte coletivo, a proposta apresentada pela prefeitura é reprovada pelo grupo. Para eles, ela não apresenta medidas concretas para reduzir a lotação nos ônibus, formas de reduzir o preço da tarifa e conquistar novos usuários.
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— É uma espécie de reafirmação do atual modelo, com apenas pequenas alterações. Por exemplo, o wi-fi nos ônibus. É ótimo, mas insignificante perto de ampliação de linhas e itinerários — expressa.
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Além disso, Hernandez destaca que apenas uma audiência pública é insuficiente para ouvir a opinião da população, defendendo que reuniões deveriam ser feitas em diferentes regiões, além da central.
— Nós somos uma cidade grande, de 600 mil habitantes, com populações em bairros bastante longe do Centro, que não acessam aos locais, inclusive, por razões de transporte coletivo. É o futuro da nossa cidade, uma decisão para os próximos 10, 15, 20 anos — finaliza.
A audiência acontece a partir das 19h, na Câmara de Vereadores, e é aberta à população. Além disso, haverá transmissão online pelo canal no YouTube da Casa. O evento faz parte do cronograma proposto pela prefeitura de Joinville envolvendo a licitação do transporte coletivo.
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