A Justiça de Santa Catarina aceitou a denúncia contra o grupo suspeito de participar de um encontro neonazista em São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis. Oito pessoas foram presas em flagrantes em 14 de novembro pelos crimes de associação criminosa e racismo em um sítio no interior do município.
Continua depois da publicidade
Receba as principais notícias de Santa Catarina pelo Whatsapp
A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) na ação penal pública que diz que os suspeitos estavam juntos com o propósito de praticarem, incitarem e cultuarem o preconceito de raça, cor e religião, com idolatria ao nazismo.
De empresário a vigilante: quem são os presos em operação contra encontro neonazista em SC
Conforme o promotor Rodrigo Millen Carlin, com os acusados foram encontrados diversos materiais de divulgação de ideologia nazista, como camiseta e botons. A denúncia diz, ainda, que alguns membros tinham tatuagens que remetiam ao movimento. “Nos grupos de redes sociais dos quais os acusados participavam foram encontradas uma séria de mensagens que podem configurar crimes de ódio”, diz na denúncia.
Continua depois da publicidade
“Desta forma, diante de todo o contexto apresentado, os denunciados, além de estarem associados para o cometimento de crimes, estavam unidos com o propósito de praticarem e incitarem a discriminação e preconceito de raça, cor, etnia e religião, resultante, inclusive, da idolatria ao nazismo e à supremacia branca”, pontua o promotor.
Um dos suspeitos também foi preso em flagrante por porte ilegal de arma. Além disso, um deles já foi condenado por tentativa de homicídio no Rio Grande do Sul e usava tornozeleira eletrônica. Outro também é investigado por um homicídio no Paraná, enquanto um quarto tem registro por preconceito religioso no Rio Grande do Sul.
Os oito suspeitos seguem presos desde 14 de novembro, segundo a promotoria. Em nota, o advogado Luís Eduardo de Quadros, que faz a defesa do grupo, informou que está ciente da acusações e já trabalha para demonstrar a inocência dos réus no decorrer do processo:
“A defesa técnica dos investigados vem a público manifestar que está ciente das acusações imputadas aos réus pelo Ministério Público. Informa também que o trabalho já vem sendo desenvolvido no sentido de demonstrar a inocência dos réus denunciados pela suposta prática de apologia ao nazismo.
Continua depois da publicidade
Isso tudo passará pela demonstração de provas que irá acontecer no desenvolver do processo. Neste momento a defesa se resguarda ao direito apresentar as provas tão somente no momento oportuno nos autos do processo”.
Suspeitos detidos em encontro neonazista seguirão presos, decide Justiça
Relembre o caso
Em 14 de novembro, oito homens foram presos durante uma reunião anual de uma célula neonazista em São Pedro de Alcântara. Segundo a Polícia Civil, a cidade foi escolhida por ser a primeira colônia alemã em Santa Catarina.
No local, além dos suspeitos, a polícia encontrou revistas, panfletos e outros objetos com símbolos de grupos supremacistas. Um dos presos também portava munição.
A equipe recolheu, ainda, eletrônicos, que vão passar por uma perícia a fim de identificar a extensão do grupo e possíveis outros membros. Segundo o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), o grupo age com forte exaltação à ideologia fascista e de apologia ao nazismo.
Continua depois da publicidade
Além disso, entre os presos, há o integrante de um grupo skinhead internacional, conhecido por ser intolerante e de extrema direita.
Leia também:
PM fecha praça dos Três Poderes e reforça vigilância em hotel de Lula após ação de bolsonaristas
Criança de 4 anos morre após tiro acidental com arma do pai em SC