Ao menos 31 pessoas foram presas suspeitas de participar de uma organização criminosa que aplicou o golpe dos nudes em 12 estados brasileiros. A ação ocorreu no Rio Grande do Sul e Santa Catarina na manhã desta segunda-feira (29). No estado catarinense, os mandados foram cumpridos em Florianópolis, Joinville e São Cristóvão do Sul. As informações são do g1.

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O caso foi tema do programa Linha Direta, exibido na quinta-feira (25) na TV Globo. De acordo com a Polícia Civil, são cumpridos 11 mandados de prisão preventiva, 30 de prisão temporária, 33 de busca e apreensão, e 25 bloqueios de contas bancárias.

Batizada de Operação Cantina, as investigações tiveram início há onze meses após a prisão em flagrante de um homem, em Cachoeirinha, no Rio Grande do Sul. Com ele, foi apreendida uma pistola Taurus, G2c, calibre.9mm e um veículo, avaliado em R$ 160 mil. Com isso, a Polícia Civil descobriu a estrutura da organização criminosa com base nas zonas leste e sul da capital gaúcha e com ramificações em Santa Catarina.

Ainda segundo a polícia, um dos líderes da organização — que faz parte de uma facção criminosa gaúcha — exerceu a função de cantineiro e fez contato com outros faccionados. Já em liberdade, ele convencia outras pessoas, que estavam presas, a ajudarem no golpe dos nudes.

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Desde o início da investigação, há um ano, cerca de 140 pessoas foram presas só no Rio Grande do Sul. Segundo a polícia, 80 vítimas do golpe foram identificadas em todo o país. Entre elas estavam empresários, médicos e até políticos. Uma delas teria perdido mais de R$ 100 mil. Já o prejuízo total chega a R$ 5 milhões.

Os casos ocorreram nos seguintes estados: Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

— O esquema era perfeitamente delineado, com vasto material que auxiliava na ilusão das vítimas e que era transmitido entre os criminosos. Para a produção do material, os investigados inclusive aliciavam adolescentes, que mandavam fotografias, áudios e vídeos sob remuneração e até mesmo sob ameaças — explica o delegado Rafael Liedtke.

Já na segunda etapa do esquema ocorria a receptação do produto das extorsões por pessoas que também eram aliciadas pela organização, que depois dividia o dinheiro entre laranjas, remunerados pelo grupo, até que voltava para os responsáveis pelos crimes.

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Os valores, segundo a polícia, eram usados para a compra de itens de luxo, além de serem utilizados por presos para obter regalias nas cantinas dos presídios. O lucro também patrocinava o tráfico de drogas e armas.

Em Florianópolis, os mandados foram cumpridos nos bairros Ingleses e Carianos.

Entenda o crime

A prática ocorre por meio de redes sociais. Os usuários, geralmente homens mais velhos, recebem fotos íntimas de jovens mulheres. Depois da troca de mensagens, um suposto parente ou autoridade policial entra em contato com a vítima dizendo que a pessoa era, na verdade, menor de idade. Os golpistas, então, tentam extorquir dinheiro das vítimas para que elas não sejam expostas.

Os suspeitos chegam a montar cenários para simular delegacias e filmar a encenação do momento em que seria feito o registro da ocorrência por pedofilia contra as vítimas de estelionato. As delegacias falsas foram descobertas em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre.

Ainda segundo a Polícia Civil, uma adolescente foi aliciada pela organização criminosa. A jovem se fotografava e recebia entre R$ 100 e R$ 200 por “pacote de imagens”. As fotos eram usadas no esquema. Também há a suspeita do aliciamento de outras adolescentes e de jovens de 18 e 19 anos, que se passavam por menores de idade.

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O grupo é suspeito pelos crimes de extorsão, corrupção de menores, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e porte ilegal de arma de fogo.

Veja as cidades onde ocorre a operação:

  • Florianópolis
  • São Cristóvão do Sul
  • Porto Alegre
  • Sapucaia do Sul
  • Tramandaí
  • Santa Vitória do Palmar
  • Gravataí
  • Viamão
  • Cachoeirinha
  • Joinville
  • Canoas

Como denunciar

A Polícia Civil alerta que nenhum policial liga ou manda mensagens para a exigência de qualquer tipo de valor para negociar cumprimento de mandados ou deixar de cumprir mandados de prisão. Se a situação ocorrer, a orientação é de que a pessoa faça um boletim de ocorrência em uma delegacia.

Disque denúncia – 08005102828
WhatsApp e Telegram – (51) 9 8444-0606

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