Pegar a estrada e levar sua casa na bagagem. Parece impossível, mas é a realidade para os donos de motorhomes – casas com motor. O Grupo Roda Mundo de Santa Catarina estacionou cerca de 150 veículos pela primeira vez na Arena Jaraguá. Os adeptos desse estilo de vida ficarão na cidade até domingo para desbravar os pontos turísticos do Vale do Itapocu.

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O grupo conta com quase 500 associados de todos os cantos do Brasil – São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Goiás e outros. A iniciativa começou há 17 anos na capital catarinense, como uma brincadeira de oito associados.

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O presidente, Getúlio Barreto de Souza, conta que a entidade faz cerca de sete encontros por ano. O calendário deste ano teve que passar por uma mudança de planos por conta de um imprevisto. O desastre natural em Xanxerê fez com que o grupo de viajantes escolhesse outra cidade para a reunião de 2015: Jaraguá do Sul.

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– Xanxerê foi atingida pelo tornado em abril, por isso escolhemos outra cidade pare sediar nosso encontro. Estamos sendo bem recebidos pelo pessoal da cidade, será um bom encontro – destaca Souza.

Para o presidente, o grupo Roda Mundo proporciona uma troca entre os membros. Durante as viagens ou nos encontros, é possível fazer amigos, dar risada e até ter um ombro amigo para se apoiar, revela Souza.

A próxima parada será a cidade de Pomerode, em setembro. Lá, ocorre o encontro Nacional de Motorhome – a edição de 2014 foi considerada a maior da América Latina e do país com 396 veículos, segundo Souza.

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Da barraca para a casa motorizada

Depois de dois anos de casados, Getúlio Barreto de Souza e Albertina de Fátima Bez-Batti de Souza começaram a acampar. Por muito tempo, a barraca acompanhou a família de Criciúma, que logo aumentou com os filhos do casal.

– Sempre gostamos de viajar, conhecer lugares e pessoas novas – conta Albertina.

Em 1996, incentivados pelos filhos, compraram um veículo mais simples, depois um trailer, até chegarem ao motorhome encomendado sob medida para o casal. Segundo Souza, com o passar do tempo, eles descobriram o que era preciso para se fazer uma viagem ideal.

O motorhorme tem 11,70 metros de comprimento, um quarto, um banheiro, uma sala e uma cozinha. Nele, cabem até seis pessoas, pois a mesa da cozinha e o sofá viram camas. Além disto, a caixa d’água do veículo comporta 680 litros e o aquecimento do chuveiro é à gás. Em vez das tradicionais beliches, o casal optou por um guarda-roupa no corredor que dá acesso ao quarto, que tem até ar-condicionado.

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– Quando compramos o primeiro veículo, a gente não sabia o que estava fazendo e nem as outras pessoas que conhecemos na época. Fomos aprendendo com as viagens e ao longo do tempo descobrindo o que era essencial – revela Souza.

Albertina afirma que motorhome tem tudo o que se tem em uma casa normal, desde utensílios de cozinha até eletrodomésticos. O diferencial é que os espaços são mais aproveitados já que o tamanho é reduzido. Um exemplo são os bancos da cozinha, que servem como depósitos para qualquer item.

Em meio a tantas viagens, a mais longa foi para Mossoró, na Bahia. O passeio durou três meses, outro casal acompanhou a família Souza, mas em outro veículo. Albertina conta que o motorhome proporcionar viagens em grupos, mas mantendo a individualidade, o espaço de cada um.

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– Todo mundo acha que gastamos mais ao fazer a viagem nesses veículos, mas não. Cada família traz algo para refeição e vai se ajudando. No fim, percebemos que compartilhamos mais e economizamos mais – revela.

Como Souza está na presidência do grupo, o casal tem viajado menos do que gostaria. Segundo o presidente, por ele, a estrada seria sua casa, mas a esposa é muito apegada à família e, por isso, o casal não passa tanto tempo fora.