O Tribunal de Justiça condenou 17 pessoas por adulterar leite na região de Chapecó. O crime foi descoberto na Operação Leite Adulterado 3, realizada em 2014 pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do município. O Ministério Público denunciou 24 suspeitos, dos quais 17 foram condenados a mais de 145 anos de prisão e pagamento de multa.
Continua depois da publicidade
Receba notícias do DC via Telegram
Entre os envolvidos estão representantes de quatro laticínios, duas cooperativas, uma transportadora e uma empresa comercializadora de produtos químicos, além dos colaboradores dessas empresas e de cooperativas.
Eles foram condenados pelos crimes de falsidade ideológica por adulteração de documentos; vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar matéria-prima ou mercadoria em condições impróprias ao consumo; e corromper, adulterar, falsificar ou alterar substância ou produto alimentício destinado a consumo, tornando-o nocivo à saúde ou reduzindo-lhe o valor nutritivo.
Continua depois da publicidade
As penas somam 145 anos, seis meses e cinco dias de prisão, além do pagamento de, no total, R$ 240 mil. Apenas dois deles tiveram as penas restritivas de liberdade substituídas por pagamento de um salário mínimo e prestação de serviço comunitário. Todos ainda podem recorrer em liberdade.
Preço do leite ultrapassa o da gasolina
Soda cáustica e água oxigenada no leite
Durante a investigação, laudos comprovaram a presença de produtos químicos em leite. As substâncias eram adicionadas para manter a conservação e mascarar a má qualidade do produto, funcionando como estabilizante e neutralizante de acidez.
A adição dos químicos era feita ilegalmente, para que o leite enviado a outros estados mantivesse suas propriedas até o destino final. Se o leite não era recebido, por perceberem a fraude ou por estar fora dos padrões, ele não era descartado. Os condenados o utilizavam na fabricação de queijo para evitar perdas e garantir os lucros.
Famílias restringem consumo de leite e economista projeta cenário para os próximos meses
O peróxido de hidrogênio, comumente chamado de água oxigenada, era adicionado por ter efeito antibacteriano, disfarçando as más condições de produção, conservação e transporte do produto.
Continua depois da publicidade
Outro componente encontrado foi o citrato de sódio. Ele age na prolongação da vida útil do leite, mascarando possíveis problemas resultantes da má conservação do produto ou de adições de água e outros diluentes.
O hidróxido de sódio, também conhecido como soda cáustica, é capaz de burlar a contagem de bacterias. Ele faz o leite fora dos padrões de qualidade aparentar estar em condições regulares.
Leia também
Plano de saúde dos servidores de SC foi usado para corrupção milionária, dizem empresárias
Ampliação de leitos é aposta de candidatos de SC para amenizar crise na saúde
Fachin suspende decretos de Bolsonaro e restringe número de armas e munições