Seis integrantes de uma suposta célula nazista, com atuação em diferentes cidades catarinenses, foram denunciadas pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). O grupo, que estava preso temporariamente, também teve a prisão convertida para preventiva após a Justiça aceitar a denúncia neste sábado (17).
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Conforme a promotoria, o grupo praticava crimes de racismo e disseminação do ódio com uso de armas de fogo nos municípios de São Miguel do Oeste, Joinville, Florianópolis e São José. A Polícia Civil descobriu os integrantes após um dos suspeitos ser preso em flagrante por tráfico de drogas em São Miguel do Oeste, no Oeste catarinense. Na época, foram encontrados objetos que remetiam a uma célula nazista em atividade.
Célula nazista com jovens de SC é alvo de operação da Polícia Civil
Além disso, segundo a investigação, o grupo teria se encontrado em um sítio em Biguaçu, na Grande Florianópolis, onde realizaram uma série de discursos de ódio contra judeus, pronunciamentos em língua alemã e idolatrando Adolf Hitler, usando a bandeira com emblema da cruz suástica e cercados de elementos nazistas. Eles também teriam feito rituais e até treinamentos paramilitares com porte ilegal de armas. Tudo era registrado em fotos, vídeos e conversas em aplicativos de mensagens.
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Segundo a denúncia do MPSC, “os vídeos e imagens reunidos mostram que todos os envolvidos estavam neste sítio prestando apoio àquelas condutas, estando vinculados subjetivamente na prática da discriminação, desrespeito e preconceito à religião judaica”.
Também foi possível comprovar durante as investigações que o objetivo do encontro era a divulgação do nazismo. Na casa de um dos suspeitos, inclusive, foram encontrados materiais com cunha racista e nazista, além de conteúdos de pornografia envolvendo crianças e adolescentes.
Por fim, com o grupo, foram apreendidos celulares, notebooks, facas, roupas com símbolos nazistas, capacetes modelo da segunda guerra mundial, apostilas e livros sobre o tema, armas e munições. Ainda de acordo com o promotor
— Além de fotografias e vídeos do grupo cometendo atos de discriminação da religião judaica e contínua idolatria ao nazismo, veiculavam, ostentavam e difundiam símbolo que utilizava a cruz suástica para fins de divulgação do nazismo. Estavam também associados, de forma estável e permanente, para o fim específico de cometer crimes, sendo que a associação era armada — explica o promotor.
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Os seis integrantes estão presos desde 20 de outubro. Eles devem responder pelos crimes de de praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
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