O Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL), que combate o regime em Damasco, conclamou seus homens a “aniquilar” os demais rebeldes sírios, com os quais o grupo ligado à Al-Qaeda luta há vários dias no norte da Síria.
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O porta-voz do EIIL Abu Mohamed al Adnani convocou os combatentes do grupo na Síria a “aniquilar totalmente [os demais rebeldes] e acabar com a conspiração em seu nascimento”.
Em mensagem de áudio aos rebeldes, Adnani afirmou que “nenhum de vocês sobreviverá e faremos de vocês um exemplo para todos os que pensam em seguir o mesmo caminho”.
Na mesma mensagem, o Estado Islâmico no Iraque e no Levante ameaça de morte os membros da Coalizão Nacional de Oposição síria, qualificados de “alvo legítimo” dos “jihadistas”.
O EIIL “considera que o Conselho Nacional [principal integrante da coalizão síria], o Estado-Maior e o Conselho Militar […] declararam guerra” ao grupo.
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Segundo Adnani, “cada membro desta entidade é um alvo legítimo para nós, a menos que se declare publicamente contra […] o combate aos mujahedines”.
“Estejam cientes, soldados do EIIL, de que reservamos um prêmio para quem cortar a cabeça deles ou de seus comandantes. Devem matá-los, onde quer que estejam”, disse Adnani.
A declaração de Adnani ocorre após a Frente Islâmica, o Exército dos Mujahedines e a Frente dos Revolucionários da Síria iniciarem uma ofensiva contra o EIIL, a qual aderiu posteriormente a Frente Al Nosra.
“O comportamento do EIIL se tornou insuportável para a maioria dos grupos armados (…), especialmente suas tentativas de assumir o controle das zonas de fronteira, cortando as redes logísticas dos rebeldes”, disse à AFP Thomas Pierret, especialista no Islã na Síria.
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O EIIL é acusado de uma série de abusos, principalmente sequestros e assassinatos de civis e de rebeldes adversários.
O líder da Frente Al Nosra, Abu Mohamad al Kholani, qualificou a situação de lamentável e pediu um “cessar-fogo” que permita a “troca de prisioneiros e a prioridade ao combate contra o regime”.
– É preciso dar prioridade ao combate contra o regime – afirmou o dirigente islâmico, que propôs “formar um comitê baseado na lei islâmica e integrado por todas as brigadas importantes para estabelecer um cessar-fogo”.
Segundo o Observatório Sírios dos Direitos Humanos (OSDH), ao menos 274 pessoas foram mortas em quatro dias de combates entre o EIIL e os demais grupos rebeldes que lutam contra o regime em Damasco.
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Entre os mortos nos combates, no norte do país, há 99 “jihadistas” do EIIL, 129 rebeldes de outros grupos e 46 civis.